quinta-feira, 28 de agosto de 2008

UNICIDADE



Amor, medo,
Não, eu não devo ter medo de amar,
Devo sim, ter medo de odiar,
De ferir, de as pessoas magoar.
Amor, medo,
Não devo ter medo de amar,
Devo ter medo de destruir,
Medo de mentir.
Amor, medo,
Devo em verdade ter medo
De quando não dou a mão,
De quando não divido o pão,
De quando não dou meu braço,
Num puro abraço.
Amor, medo,
Não devo ter medo de amar,
Devo ter, verdadeiramente,
Medo de sentir medo de amar,
Pois o amor doado
É o caminho para o meu reencontro
Com a divindade que existe em mim e
Com a Divindade que me criou,
Que a todos criou para amar,
Para viver o amor sem medo,
Em unicidade.

Moacir Sader

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