sexta-feira, 30 de abril de 2010

"DECLARAÇÃO"

Hoje, busco teu afago, teu carinho,
Quero sentir teu calor, te abraçar,
Provar teus lábios como doce vinho,
Neste cálice me saciar!

Quero poesias de amor recitar,
Quando esta paixão nos envolver,
Rosas vermelhas te ofertar,
Quando teu coração me acolher!

Quero uma doce brisa a nos beijar,
Milhões de estrelas neste anoitecer,
E uma linda lua a nos espreitar!

Amar-te e em teu corpo me perder,
Sentir teu bálsamo, me embriagar,
E nunca mais te esquecer!!!!


Poeta Cigano 

quinta-feira, 29 de abril de 2010

AMANHECEU

Clique nas fotos para ver no tamanho real


Hoje o dia amanheceu mais florido,
porque mais amor tenho por você.

Hoje amanheci mais feliz,
porque sei que estarás
constantemente ao meu lado.

Hoje amanheci te querendo
mais do que a própria vida.

Amo e farei tudo
o que tu quiseres
para estar
sempre e eternamente
ao teu lado.

Amália de Alarcão Ribeiro Martins

quarta-feira, 28 de abril de 2010

¨NAVEGAR SEM RUMO¨



Rótulo nenhum nomina ao que sinto agora
Entre as brumas do alto mar é meu lugar...
E para não soçobrar sigo lançando fora
Todos os pesos que trago nos cantos da alma

Deito fora os rosários de memórias desfiadas
Meu peito inda geme na mornidão dessa utopia
Caixas, vários tamanhos, todas cheias de nada
Memórias descoloridas, enferrujada alegria

Navegando em alto mar, sem roteiros ou manual
Só o horizonte importa e o imenso azul turquesa
Sou imagens que descubro, nessa exótica beleza

Revelo a nudez da alma, sempre o mesmo ritual
A sinfonia dos pássaros leva o sentimento torto
As velas arrastadas pelos ventos ao meu porto

Glória Salles

terça-feira, 27 de abril de 2010

NO MEIO DAS PALAVRAS

Quando, nos lábios, começa um continente,
suspenso no apelo líquido dos beijos,
há um barco que cresce nos meus olhos
e, entre búzios verdes, escrevo água.

Nunca a brisa se demora entre as dunas,
onde os barcos navegam sobre a espuma.

Tudo é secreto, se maio se repete
nas marcas da pureza recusada.

Um rosto ou um rio me fascinam,
quando a raiva e o sossego
me revelam a nascente e,
no meio das palavras,
procuro apenas um gesto
ou uma sombra.

Luciana Abait

segunda-feira, 26 de abril de 2010

FOI UM ANJO


Foi um anjo, melodia
que voou para os meus braços
em amplexo tão ardente...
Curou todas as feridas
que me traziam doente...

Mas hoje, amanhã e sempre
trarei no peito em chamas
a triste recordação
do tempo que não vivi.

Foram dias, foram anos
vividos pelos pinhais,
sentindo como os navios
perdidos… órfãos de cais...

Com o sol nasceu encanto
abraçado aos braços dela...
Veio o Verão, Primavera,
guardando o meu Outono
numa caixa de Pandora...

Foi a aventura sincera
sem amargura nem dor,
foi tudo, foi quase nada,
apenas um grande amor.


Joaquim Evónio

domingo, 25 de abril de 2010

CHUVA


Chove em silêncio,
Pingos incessantes de poesia,
Formando molhadas reticências...
Há uma chuva em mim e
Seu reflexo cinza, triste,
Oculta a alegria colorida dos
Dias sem medo que eu tinha no coração.
Há uma melancolia sem cor,
Há uma chuva feito versos,
Que corre dentro do coração....
Não quero entender o que não tem explicação...
Quero silêncio depois do vento,
Quero um novo arco-íris num céu primaveril
Quero uma alma quieta, uma luz que silencie,
Quero outra vez ser chuva de verão,
Serenidade, solo que absorve,
Mar, montanha, flor, lua cheia,
Amor e vida, em meu coração....

Sônia Schmorantz
http://schsonia.blogspot.com
 

sábado, 24 de abril de 2010

IDENTIDADE


Sou assim…
Sou casa em ruínas, abrigo de estrelas
Paisagem deserta, nascente de rio
Sou capa, sou xaile tremendo de frio
Sou espelho e vidraça das tuas janelas
Sim, eu sou assim…
Um Ser de silêncio, fiel companheiro
Que acalma e que beija a alma que dói
E em mudas palavras, se dá por inteiro
Semeando gritos que o vento destrói
Sou...
Sou amarra, sou asa
Sou contradição
Sou nuvem que passa
Sempre em solidão

Maria João

sexta-feira, 23 de abril de 2010

"SONETO" DE ANTÓNIO BOTTO



Se, para possuir o que me é dado,
Tudo perdi e eu própio andei perdido,
Se, para ver o que hoje é realizado,
Cheguei a ser negado e combatido.

Se, para estar agora apaixonado,
Foi necessário andar desiludido,
Alegra-me sentir que fui odiado
Na certeza imortal de ter vencido!

Porque, depois de tantas cicatrizes,
Só se encontra sabor apetecido
Àquilo que nos fez ser infelizes!

E assim cheguei à luz de um pensamento
De que afinal um roseiral florido
Vive de um triste e oculto movimento.

António Botto
Imagens do Ribeirão da Ilha Floripa SC

quinta-feira, 22 de abril de 2010

CAI A CHUVA ABANDONADA



Cai a chuva abandonada
à minha melancolia,
a melancolia do nada
que é tudo o que em nós se cria.

Memória estranha de outrora
não a sei e está presente.
Em mim por si se demora
e nada em mim a consente

do que me fala à razão.
Mas a razão é limite
do que tem ocasião

de negar o que me fite
de onde é a minha mansão
que é mansão no sem-limite.
Ao longe e ao alto é que estou
e só daí é que sou.

Vergílio Ferreira

quarta-feira, 21 de abril de 2010

CAMPO DE MEDITAÇÃO



As estradas que sempre iam,
continuam indo, a despeito de mim
que por hora estou voltando...

Mas quando não houver
mais estradas para quem vai,
suave será a carona dos riachos
que são estradas feitas de lágrimas
de saudade dos amores viajados.

Continuarão, como os dias e as noites,
na direção do reino do nunca mais...
E como as rosas num leito de orvalho,
é possível que eu me reencontre comigo
em qualquer curva do crepúsculo
para o vasto espanto das manhãs
que terei deixado para trás...

E não posso evitar que seja assim:
as estradas levando a memória
do quanto eu ando de rosas
nas veredas do meu jardim...

Afonso Estebanez

terça-feira, 20 de abril de 2010

MADRIGAL MELANCÓLICO


Clique nas fotos para ver no tamanho real


O que eu adoro em ti
Não é sua beleza
A beleza é em nós que existe
A beleza é um conceito
E a beleza é triste
Não é triste em si
Mas pelo que há nela
De fragilidade e incerteza
O que eu adoro em ti
Não é a tua inteligência
Mas é o espírito sutil
Tão ágil e tão luminoso
Ave solta no céu matinal da montanha
Nem é tua ciência
Do coração dos homens e das coisas
O que eu adoro em ti
Não é a tua graça musical
Sucessiva e renovada a cada momento
Graça aérea como teu próprio momento
Graça que perturba e que satisfaz
O que eu adoro em ti
Não é a mãe que já perdi
E nem meu pai
O que eu adoro em tua natureza
Não é o profundo instinto matinal
Em teu flanco aberto como uma ferida
Nem a tua pureza. Nem a tua impureza
O que adoro em ti lastima-me e consola-me
O que eu adoro em ti é a vida!

Manuel Bandeira

segunda-feira, 19 de abril de 2010

POESIA !

Clique nas fotos para ver no tamanho real


Abra essa garrafa,
É vinho d’outra safra,
É poesia curtida,
Mas pode ser sorvida.

É perfume de alfazema,
Composto em um poema,
Veste a alma de alegria,
Desaperta em si a magia.

Todo poema é assim,
Um mar azul sem fim,
Água que beija a areia,
Ao canto de uma sereia.

E quando fala de amor,
O coração vira flor,
A alma se veste de lua,
E a paz se torna nua.

Na verdade me inebria,
Quando me toma a poesia,
Me eleva ao paraíso,
E de mais nada eu preciso.

Santaroza

sexta-feira, 16 de abril de 2010

FALAR DE AMOR

Clique nas fotos para ver no tamanho real


Para falar de amor é preciso entender
o que sente a semente quando entra na terra
e se transforma em flor.
É preciso sentir a emoção das folhas
quando o vento beija lento suas partes mais íntimas...
e por que a árvore estremece
quando o orvalho desce pelo seu tronco áspero
fazendo carícias ousadas nos seus galhos nus.
É preciso entender a lua solitária e fria desejando o calor do sol...
É preciso entender o sol luminoso e inatingível
perdendo-se no seu brilho sem saber o que fazer.
É falar desses rios que não param nunca.
É falar desse mar que não se acalma.
É falar das estrelas que não se apagam.
É falar de tudo que é natural,
eterno e essencial para a vida...

http://picasaweb.google.com/

quinta-feira, 15 de abril de 2010

VOA BORBOLETA

Clique nas fotos para ver no tamanho real


Voa minha linda borboleta.
Vá dizer pra minha amada,
que sem ela não sou nada,
nem mesmo um bom poeta.

Diga que eu tenho saudade,
do nosso amor de primavera,
entre flores, quem me dera
voltar, àquela tal felicidade.

Leva pra ela o meu recado,
diga que não consigo viver,
estou dia a dia, a fenecer,
neste quadro mal pintado.

Posto as mãos numa prece.
Digo as palavras da oração.
Entrego junto meu coração,
que já não vive, só padece.

Marco Orsi

quarta-feira, 14 de abril de 2010

MINHA ALMA

Minha alma sobrevoa os mares
Entre brumas e cerração
Sinto palpitar o coração
Busco harmonia em todos os lugares
Um sentimento puro
Vai se formando pelos ares...


Minha alma silenciosa
Ocupa o espaço
O vento me dá um abraço...
Contemplo a perfeição dos mortais
Em ambientes siderais
- Oh! alma grandiosa -
Maior que o meu eu,
Maior que os meus ais!...


Minha alma mutante
Voa alada como os pássaros
Entre céu e mar
Sente um desejo ardente de amar...
Subo alto, levada pelo vento
Uma estrela brilha no firmamento
Pergunto quem sou
De onde vim
Para onde vou
Sei quem sou neste momento
Respiro fundo
Sou sim
Sou Ser no mundo
E isto é tudo!

Emília Possídio

terça-feira, 13 de abril de 2010

SONHO INFINITO


Eu poderia ter sido o vento
Ou ter tocado sua alma,
Poderia ter vindo de dentro
Pra te bulir, te fazer reagir,
Poderia, talvez,
Ter amado mais,
Se amar mais fosse possível.
Poderia ter sido o anjo esperado
Ou o amor manhoso
Que te tirasse dessa inércia,
Desse estado doloroso.
Mas sendo eu uma brisa,
Tão longe,
Sem as asas de um anjo,
O que me sobra é o amor,
Que, astucioso,
Cheio de artimanhas,
Possa talvez te devolver
O sol de uma nova manhã.

Letícia Thompson

segunda-feira, 12 de abril de 2010

ACEITE-ME

Num mar de alegrias
vivo a procurar você
que finge não entender
que és a razão dos meus dias

Se achares algum dia
meu olhar bem ao teu lado
não lembres do passado
olhe pra mim e sorria


Veja em mim apenas amor
Eu também errei confesso
e em nome desse amor te peço
compreenda minha dor

Volte, razão da minha vida
traga seus beijos consigo
seja amante e amigo
seja essa pessoa querida

Se mais ainda lhe peço
a ofertar-me querido
por tudo que tenho sofrido
aceite o que lhe ofereço

Um coração despido de algemas
um corpo sofrido na saudade
uma alma que na ansiedade
diz baixinho:não temas


Maria Rita Bomfim