Pergunta-me
se ainda és o meu fogo
se acendes ainda
o minuto de cinza
se despertas
a ave magoada
que se queda
na árvore do meu sangue
Pergunta-me
se o vento não traz nada
se o vento tudo arrasta
se na quietude do lago
repousaram a fúria
e o tropel de mil cavalos
Pergunta-me
se te voltei a encontrar
de todas as vezes que me detive
junto das pontes enevoadas
e se eras tu
quem eu via
na infinita dispersão do meu ser
se eras tu
que reunias pedaços do meu poema
reconstruindo
a folha rasgada
na minha mão descrente
Qualquer coisa
pergunta-me qualquer coisa
uma tolice
um mistério indecifrável
simplesmente
para que eu saiba
que queres ainda saber
para que mesmo sem te responder
saibas o que te quero dizer
Mia Couto
4 comentários:
Boa noite!
Bela poesia!! Muito legal seu blog. Parabéns!!
Carla Fernanda
Olá Eduardo, desejo que tudo esteja bem contigo!
Uma página para dois, que a muitos encantam, com tão belos poemas postados e também por belíssimas imagens que por aqui observamos!
Parabéns pela bela página para dois e que todos nós que por cá passamos e compartilhamos contigo estes belos escritos e imagens! Obrigado perlas visitas e comentários, desejo a você e todos ao redor tudo de bom sempre, abraços e até mais!
Fala amigão parabéns pela vitória do Grêmio. Gostei das fotos, principalmente a última. Tô chegando! Abraço
Sonhos dormem, mas não se evaporam
Não possuem natureza volátil,
Criam raízes onde moram
E, caso encontrem um ramo de esperança,
Não se permitem sepultar.
Regina Xavier
BOM FDS e BEIJOS MEUS! M@ria
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