sábado, 20 de setembro de 2008

Soneto - Adélia Fonseca


Ninguém nas asas da mais leve aragem,
a ti enviou lembranças tão saudosas;
ninguém horas passou tão deleitosas
de amor te ouvindo a férvida linguagem;

ninguém da tua vida na passagem
semeou, sem espinhos, tantas rosas;
ninguém te diz palavras tão mimosas,
contra o peito estreitando tua imagem;

ninguém de alma te deu mais lindas flores,
nem tanto desejou quanto eu desejo,
delas, tão puras, conservar as cores;

ninguém sabe beijar, como eu te beijo;
ninguem assim por ti morre de amores;
ningém sabe te ver, como eu te vejo.

Adélia Fonseca

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