quarta-feira, 30 de julho de 2008
CORRENTE
Deitado no tapete em meu quarto
Ou encostado na solidão da janela,
Na parede, empoeirado o teu retrato,
Nessa poeira que distancia eu e ela,
Os meus pensamentos viajam,
Os meus olhos se fecham ao cansaço,
Sem piedade, as horas passam
E no escuro do meu quarto, eu te acho.
Ah! Meu amor intenso e tão sombrio,
O que sinto por dentro dói, mas não me mata,
Dentro do meu pensamento, a minha vida passa,
Mas eu te espero a todo momento,
O meu amor é cego, eu não nego,
Até me desespero aflito, nessa viagem sofrida,
Me dói aqui por dentro, mas eu a quero,
Pois vejo nas mãos dessa mulher, a minha própria vida,
Sou escravo do silencio, acorrentado nesse amor,
E que sentimento é este, tão devasto, no qual me deixa vago?
Me deixa um vazio, feito meu quarto sombrio,
Me deixa velando a imagem de uma mulher tão linda,
E eu a quero tanto, mais que o meu próprio desejo,
Mais do que a minha própria vida.
POETASP
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