quinta-feira, 31 de julho de 2008

Vai onde te leva o coração



E quando à tua frente se abrirem muitas estradas e não souberes a que hás-de escolher, não metas por uma ao acaso, senta-te e espera.
Respira com a mesma profundidade confiante com que respiraste no dia em que vieste ao mundo, e sem deixares que nada te distraia, espera e volta a esperar.
Fica quieta, em silêncio, e ouve o teu coração.
Quando ele te falar, levanta-te, e vai para onde ele te levar.”

a-essencia.blogspot.com/2007_03_01_archive.html

E hoje partes...



E hoje partes... e eu deixo-te ir...
E junto contigo vão todos os sonhos que ficam por viver.
Todas as noites de amor que não teremos...
toda a partilha.
E sei, que esse Amor, o que lemos nos livros, o que vemos nos filmes...
Esse Amor, amor, podiamos ser nós...
Mas hoje decides partir.
E eu deixo-te ir...
E só então me dou conta, que há muito que te foste...

a-essencia.blogspot.com/2007_03_01_archive.html

HOMEM SOZINHO


Sozinho e carente,
do teu peito e do teu ombro,
do teu abraço e do teu beijo,
do teu cheiro e do teu toque.
Sozinho e triste,
de não te ter do meu lado,
de não te sentir aqui perto,
de não te poder agarrar e tocar.
Sozinho e choroso,
por não te encontrar pela manhã,
por não te achar pelo fim do dia,
por não te amar toda a noite.
Sozinho e apaixonado,
porque tu és o meu desejo,
porque tu és o meu querer,
porque tu és... tu!


Amadorjp

flores-fadas


Ah! As flores-fadas
Florescem...
Os lírios parecem estrelinhas
Nascendo no chão do céu, entorpecem.
Brota lindas fadas madrinhas.

Todas as rosas lindas e vermelhas
Se desse brotava no coração
Flores! E fadas Que bom vê-las
Essência da paixão.

Açucena flor em botão
Lindo como o perdão
Embelezam a luz da manhã
Lindas flores-fadas de romã.

Ah! As Flores-fadas
Inigualável perfume de cores encantadas
Incontrolável frasco de saudades
Embalos cheios de magias e vontades.

Anna Lucia Tavares

JÁ ÉS MINHA


Repousa com teu sonho em meu sonho.
Amor, dor, trabalho, devem dormir agora.
Gira a noite sobre suas invisíveis rodas
e junto a mim és pura como âmbar dormido...
Nenhuma mais, amor, dormirá com meus sonhos...
Irás, iremos juntos pelas águas do tempo.
Nenhuma viajará pela sombra comigo, só tu.
sempre viva. sempre sol ... sempre lua...
Já tuas mãos abriram os punhos delicados
e deixaram cair suaves sinais sem rumo...
teus olhos se fecharam como
duas asas cinzas, enquanto eu sigo a água
que levas e me leva.
A noite... o mundo... o vento enovelam seu destino,
e já não sou sem ti senão apenas teu sonho...

Pablo Neruda

quarta-feira, 30 de julho de 2008

AMOR AMIGO


Que eu vou dizer, você nunca ouviu de mim
Pois minha timidez não me deixou falar por muito tempo
Para mim você é a luz que revela os poemas que fiz
Quem conhece da terra e do sol
Muito sabe os mistérios do mar
Pois quieto que sou só sabia sangrar, sangrar cantando
Quantas vezes eu quis me abrir
e beijar e abraçar com paixão, mas as palavras
que devia usar fugiam de mim recolhidas na minha prisão
Pois minha solidão foi não falar, mostrar vivendo.
Quantas vezes eu quis me abrir
e as portas do meu coração sempre pediam
Seu amor é meu sol e sem ele eu não saberia viver

Milton Nascimento

CORRENTE


Deitado no tapete em meu quarto
Ou encostado na solidão da janela,
Na parede, empoeirado o teu retrato,
Nessa poeira que distancia eu e ela,
Os meus pensamentos viajam,
Os meus olhos se fecham ao cansaço,
Sem piedade, as horas passam
E no escuro do meu quarto, eu te acho.
Ah! Meu amor intenso e tão sombrio,
O que sinto por dentro dói, mas não me mata,
Dentro do meu pensamento, a minha vida passa,
Mas eu te espero a todo momento,
O meu amor é cego, eu não nego,
Até me desespero aflito, nessa viagem sofrida,
Me dói aqui por dentro, mas eu a quero,
Pois vejo nas mãos dessa mulher, a minha própria vida,
Sou escravo do silencio, acorrentado nesse amor,
E que sentimento é este, tão devasto, no qual me deixa vago?
Me deixa um vazio, feito meu quarto sombrio,
Me deixa velando a imagem de uma mulher tão linda,
E eu a quero tanto, mais que o meu próprio desejo,
Mais do que a minha própria vida.

POETASP

terça-feira, 29 de julho de 2008

Na magia da noite


Na magia da noite percorri contos...
Busquei a ti e a mim.
Adentrei florestas e castelos...
Naveguei pelo horizonte num confim
De mares e nuvens.
Encontrei teu olhar cintilando em estrelas
Parei o tempo para vê-las...
Meia-noite... Ouvi as badaladas...
Calada, chorei Cinderela.
Acompanhei o vôo da Sininho,
Na terra do nunca, fiz na tardança, meu ninho...
E a espera se fez vã...
Vi a disputa de Gancho e Peter - Pan...
Jantei num bosque entre anões
Garimpamos emoções...
Indaguei por ti,
Sem resposta parti...
Um tear furou meu dedo, adormeci.
Não vieste me despertar...
Por onde andas? Não vens me beijar?
Assim, lágrimas apagarão o condão,
E na escuridão...
Seguirei solidão.

Sandra M. Julio

ser


esse pingo de chuva
da nuvem cheia branca
que desaba desleixadamente
solitário
no teu rosto dança
perto do olho
desaguar em orvalho
sem assunto algum
só por molhar
resolver a minha existência
umedecida em noite quente
no teu olhar
na madrugada veloz
fotografar nesse instante
num polaroid divino
uma imensidão nessa gota
eternizar assim
você e eu
em nós
um só
ser

(JCF)

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Sonia Schmorantz


Você nunca tentou me dizer porque eu
deveria amar você, como eu deveria
amar você, ou mesmo que eu deveria
amar você, mas eu amo assim mesmo...
Você me deixou livre para descobrir
em meu coração o que eu acho
mais especial em você...

Quando meu coração se sentia temeroso
como se estivesse asas muito frágeis,
você me deu o que eu mais precisava -
espaço para ousar e voar...

Sonia

É fria a noite, é longa a madrugada
Denso o silêncio, pesada a solidão
De ferro a lua, de pedra, a escuridão…
Tu chegas, e é de seda a alvorada!

Há no teu corpo,
Um halo que me incendeia,
Uma luz que se insinua
E vem ao meu encontro,
Aqui, onde te imagino sempre nua.

O teu jeito de amante
É diamante lapidado
E contrastado, ao longo do tempo
Por todos os olhares, que me precederam.

papagaio.wordpress.com/2007/07/

Estou pensando em você
hoje à noite em minha solidão insone
Se é errado amar você
Então meu coração não vai deixar agir certo
Porque me afoguei em você
E não sobreviverei
Sem você do meu lado
Eu daria tudo de mim para ter
Só mais uma noite com você
Eu arriscaria minha vida para sentir
Seu corpo junto ao meu
Porque eu não consigo deixar de
Viver na lembrança de nossa canção
Eu daria tudo de mim pelo seu amor hoje à noite
Baby, você pode me sentir
Imaginando que estou olhando em seus olhos
Eu posso lhe ver claramente
Vividamente aceso em minha mente
E você ainda está tão longe
Como uma estrela distante
a quem eu faço um desejo esta noite
Eu daria tudo de mim para ter
Só mais uma noite com você
Eu arriscaria minha vida para sentir
seu corpo junto ao meu
Porque não consigo deixar de
Viver na lembrança de nossa canção
Eu daria tudo de mim pelo seu amor hoje à noite
Eu daria tudo de mim para ter
Só mais uma noite com você
Eu arriscaria minha vida para sentir
Seu corpo junto ao meu
Porque não consigo deixar de
viver na lembrança de nossa canção
Eu daria tudo de mim pelo seu amor hoje à noite
Dou tudo de mim por seu amor
Hoje à noite...

http://vanfortes.uniblog.com.br/index.php?b=43768&d=m&d2=1162350000

sábado, 26 de julho de 2008

AME


Ame!!!
Quando o Amor chegar ame.
Com calor, sofreguidão mas ame
Mesmo se não atingir a lua,ame
Com sinceridade, mas ame sempre
De verdade, com paixão, mas ame
Se algum dia, sentir um vazio! ame
Depois com cabelos brancos..ame!!!
Por favor, até à morte tente, e ame.

saborlatino.blogs.sapo.pt/tag/poesia+brasileira

Desencanto



Eu faço versos como quem chora
De desalento. . . de desencanto. . .
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente. . .
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
– Eu faço versos como quem morre.

Manuel Bandeira

sexta-feira, 25 de julho de 2008

HOMEM


A maior riqueza do homem
é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito.

Não agüento ser apenas um sujeito que abre portas,
que puxa válvulas, que olha o relógio,
que compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.

Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem usando borboletas.

Manoel de Barros

Ama-me por Amor somente "


Não digas: "Amo-a pelo seu olhar,
o seu sorriso, o modo de falar
honesto e brando. Amo-a porque se sente
minh'alma em comunhão constantemente
com a sua".

Porque pode mudar
isso tudo, em si mesmo, ao perpassar
do tempo, ou para ti unicamente.

Nem me ames pelo pranto que a bondade
de tuas mãos enxuga, pois se em mim
secar, por teu conforto, esta vontade
de chorar, teu amor pode ter fim!
Ama-me por amor do amor, e assim
me hás de querer por toda a eternidade.

Madre Teresa de Calcutá


De tudo ficaram três coisas...
A certeza de que estamos começando...
A certeza de que é preciso continuar...
A certeza de que podemos ser interrompidos
antes de terminar...
Façamos da interrupção um caminho novo...
Da queda, um passo de dança...
Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura, um encontro!

Fernando Sabino

Sorri quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos vazios

Sorri quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador

Sorri quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados doridos

Sorri vai mentindo a sua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz


Charles Chaplin

Sou teu


Madrugadas clamei
Um nome que pudesse
Dançar no topo
De minhas ambições.
Almejava um ombro
Para derramar
As frustrações de meu futuro.
Observava o silêncio
Em busca de uma atração
Para encontrar com meu prazer.
Caçava cada segundo
De minha felicidade
Tentando imaginar
Alguém para brindar.
Por todos os passados infames
Dessa história
Mal contada,
Asseguro com o sangue
Escorrido de meus olhos
Que perderia a ternura do luar
E o canto do sol
Só para deitar mais um minuto
Ao lado teu.

Renaro Cardozo

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Tristeza


Tristeza é quando chove
quando está calor demais
quando o corpo dói
e os olhos pesam
tristeza é quando se dorme pouco
quando a voz sai fraca
quando as palavras cessam
e o corpo desobedece
tristeza é quando não se acha graça
quando não se sente fome
quando qualquer bobagem
nos faz chorar
tristeza é quando parece
que não vai acabar.

Martha Medeiros

quarta-feira, 23 de julho de 2008

VERSOS BLUES***


Navego no vento...
Viajando ao relento...
Pisando em nuvens...
Embriago-me de vida nas mãos do artista...
Que cria a viva poesia e uns versos blues...

Tenho segredos tantos...
Tenho sentimentos expostos...
Queria poder te falar das coisas que tenho no coração...
E dizer que não são apenas palavras...
Que sou uma eterna apaixonada...

Que caminho na vida juntando palavras...
Olhando pela janela as nuvens escuras...
A tempestade se aproximando...
E eu ainda não disse só uma palavra...
Do que eu queria te perguntar...

Ouvindo uma canção...
Lá fora as horas correndo na contramão...
Versos blues...
Ainda tenho segredos a te contar...

Tempestade em movimento...
E eu peço ao vento um momento de silencio...
Onde caminho pelo sereno na fria madrugada...
Sem nenhuma palavra a voz embargada...

Conto às horas que o Sol vai despertar...
Nas ondas brilhantes...
No beijo do anjo um doce encanto...
Lamento agora o tempo passando...

Mas pra sempre vou lembrar dos segredos...
Que eu ia te contar nas noites sem luar...
Mesmo que seja triste o verso e o blues...
Pra sempre vou te lembrar...

Navego no vento...
Viajando ao relento...
Pisando em nuvens...
Embriago-me de vida nas mãos do artista...
Que cria a viva poesia e uns versos blues...

Tenho segredos tantos...
Tenho sentimentos expostos...
Queria poder te falar das coisas que tenho no coração...
E dizer que não são apenas palavras...
Que sou uma eterna apaixonada...

Que caminho na vida juntando palavras...
Olhando pela janela as nuvens escuras...
A tempestade se aproximando...
E eu ainda não disse só uma palavra...
Do que eu queria te perguntar...

Ouvindo uma canção...
Lá fora as horas correndo na contramão...
Versos blues...
Ainda tenho segredos a te contar...

Tempestade em movimento...
E eu peço ao vento um momento de silencio...
Onde caminho pelo sereno na fria madrugada...
Sem nenhuma palavra a voz embargada...

Conto às horas que o Sol vai despertar...
Nas ondas brilhantes...
No beijo do anjo um doce encanto...
Lamento agora o tempo passando...

Mas pra sempre vou lembrar dos segredos...
Que eu ia te contar nas noites sem luar...
Mesmo que seja triste o verso e o blues...
Pra sempre vou te lembrar...

Vania Staggemeier

UNS


Uns, com os olhos postos no passado,
Vêem o que não vêem: outros, fitos
Os mesmos olhos no futuro, vêem
O que não pode ver-se.

Por que tão longe ir pôr o que está perto —
A segurança nossa? Este é o dia,
Esta é a hora, este o momento, isto
É quem somos, e é tudo.

Perene flui a interminável hora
Que nos confessa nulos. No mesmo hausto
Em que vivemos, morreremos. Colhe
o dia, porque és ele.

Odes de Ricardo Reis (Fernando Pessoa)

terça-feira, 22 de julho de 2008



Trouxe o vento a mim a tua voz
Palavras surdas que só eu sei ouvir
Dá-me ele, o vento, o que tu queres de nós
Como uma musica de ouvido que nos faz sorrir.

Falas de noites de sonhos para sonhar
Da ternura que são rosas no teu regaço
A vida que te deu outra para amar
E uns lábios com os meus eu amordaço.

Somos o calor para a noite arrefecer
Nada mulher do lago será como antes
Voltarei á nossa ponte para te ver
Recordar a cor dos teus olhos agora amantes

osaldanossapele

Brisa do Mar


Passaste, não vi
te senti e não percebi.
O que era afinal?
Não sabia...
Não podia saber.
Senti o amor no ar,
querendo comigo falar
não ousou porém.
Pequenino se encolheu
menos que um botão
de rosas miudinhas
e me olhou novamente.
E senti de novo aquele arrepio.
Olhei e nada vi
nada senti.
Resolvi parar,
para poder entender
o que me acontecia.
Era ela de novo
amiga, benfazeja e amorosa
com todo o carinho para
simplesmente me dar...
Era a brisa do mar!

Eda Carneiro da Rocha

segunda-feira, 21 de julho de 2008

AMOR


Amor, embala-me!
Dá-me teu colo, para repousar
meu corpo cansado de tanto lutar!
Ah! Amor, dá-me o sorrir da primavera
que está chegando...
A luz do Sol no meu coração,
as flores, como estrela guia,
debulhadas em botão.

A relva orvalhada, para pisar com meus pés cansados,
lutar por uma vida digna, contigo, Amor,
embalando os meus dias!
Mil quimeras d'alma sonhadas e revividas,
nas madrugadas frias e cinzentas !
Travesseiros recheados de carinho,
para abrigar minha cabeça,
povoada de sonhos.!..
Que eu os possa sonhar, acordar e tê-los,
pertinho de mim , para poder realizá-los!..
Esquecer o muito que sofri na ausência da madrugada,
de teu corpo sem o meu, para me dar a sagração eterna,
de um gozo só meu!

Assim, Amor,embala-me! Não me deixes perecer!
Dá-me de novo este colo que eu tecerei
estrelas de sonho, para ti e para mim
e nos teus braços, finalmente, adormecer!..

Eda Carneiro da Rocha

Canções


Canções e melodias…
São silenciosos ruídos do coração
Em parte profecias, em parte fantasias
Loucas e selvagens rimas em vão
Bela a música e a entoação
E o ritmo fino e atroz
De um amor em exaltação
Não esqueço os anos que passam velozes
Por mim a correr à pressa
Como relógios ferozes
Atrasados na vã promessa
Da minha vontade e destino
A minha vontade de menino
São as vontades dos ventos
E os pensamentos da juventude
São apenas pensamentos.

http://www.avidadaspalavras.net/2007_12_01_archive.html

domingo, 20 de julho de 2008

TERNURA


Você não supõe nem imagina
como é bela e divina esta ternura que eu sinto por você.
É um raio de sol iluminando meu peito,
me reservando o direito de amar tudo em você.
É uma manhã clara de primavera, nascendo em meus olhos
e descansando neste teu rosto calmo e sereno.
É um imenso desejo de dançar contigo nos teus momentos de sonho,
e adormecer em teus braços ao anoitecer do mundo lá fora.
É meu caminhar pela avenida, falando sózinha, tentando descobrir
a cada gesto um mundo de afeto p'ra te esperar.
É um mar azul que eu trago no olhar, com ondas, gaivotas
e navios ancorados no porto p'ra te ver chegar.
É uma noite calada onde eu na madrugada te enfeito de carinho
e esperança.
É o orvalho das manhãs beijando as flôres, e acariciando esta
ternura tão simples que nasceu cheia de vida só p'ra me fazer cantar,
o amor por você em meus versos, que é a maneira mais linda que
eu tenho de te amar.

Aparecida Vieira)

sábado, 19 de julho de 2008

MINHA FILHA


Minha filha meu poema... Alma da minha verdade
Minha inspiração suprema... Minha doce felicidade

Meu pedacinho de vida
Com olhos da côr do céu
Minha roseira florida
Prémio que a vida me deu

Minha filha, minha flor... Mundo por mim inventado
Gerada pelo calor... Dum amor alimentado

Tu és a força suprema
Que meu coração invade
Minha filha meu poema
Alma da minha verdade

José Fernandes Castro

sexta-feira, 18 de julho de 2008

SILÊNCIO


"Cuide para que teu silêncio
Não te traga marcas
Que emudeça a alma
Calando tão belos momentos

Tenha sempre em mente
Que nunca ter sido lembrado
É melhor que esquecido totalmente
Quando se foi tão amado...

Silenciar é uma arte
Que instiga reflexão
Tal qual palavras de sabedoria,
O silêncio provoca uma ação.

Quem trouxe um dia a poesia,
Poderá destruir um coração????

Cuide para que teu silêncio de agora
Não se transforme depois
Em grandes e tristes ecos de dor....
Pois Jamais haverá vitória,
Na derrota do Amor....

Seja sábio ao silenciar
Pois poderá escutar, esses brados do tempo:

_ Minha voz é calma e suave...
Mas não queira ouvir o meu silêncio....
............................É ensurdecedor!!!!!!"

(Rose Felliciano)

AMOR


A lágrima azul que caiu
Num mar de amor carmim
Fez a tristeza dormir
O amor é acalanto ...
E assim o pássaro silente
De novo quis voar
Não sentia mais perda...
Pois o pássaro e a rosa
Se transformaram num só
Assim é o amor...
Bálsamo que cura
A cor desmancha a dor
Na lágrima que é pura
E o arco-iris celebrou
Num poema de luz e cor!

Ivone Zuppo

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Eu Abençôo Você


Eu abençôo você
Pelas horas e horas que me fez sonhar,
Pelas lágrimas sentidas que me fez chorar,
Pela alegria infinita que me fez sentir,
Pela capacidade que você tem
de me injetar esperança,
Por me fazer considerar um
Eu abençôo você
Por ter ensejado que eu me abrisse,
Por estar escutando minhas tolices,
Desentocando os fantasmas escondidos no porão
Nestas décadas, longas décadas de repressão.

Eu abençôo você
Por estar acordando a mulher esquecida
E fazendo-me ver que, apesar da luta e da lida,
Ainda posso vibrar, abrasar-me, morrer de paixão, entregar-me
Eu abençôo você
Em cada pedaço de mim que você resgatou,
Pelo vasto território do qual se apossou,
Que é agora terreno fértil, solo promissor
Por você preparado, iluminado,
mais do que pronto para declinar o amor.
Eu abençôo você
Por estar me ensinando, ainda que de forma virtual,
Que a felicidade, a alegria, o amor existem
E que posso vivenciá-los na vida real.
E ainda, amor meu, que o destino decida
Que você é somente a ponte, a fonte, o meio e não o fim,

Quando alguém real chegar para ficar,
Ele terá que amar-me e, amando-me, enfim,
Sem saber ele estará amando também a outra metade,
Que leva o seu nome ... que já faz parte de mim!


_Fátima Irene Pinto

SAUDADE



Busco palavras para descrever tua beleza
És linda, esculpida pela natureza
Teus olhos irradiam um brilho contagiante
Inatingível, inalcansável neste instante
Teu sorriso me faz esquecer de todo o resto
Fico parado, hipnotizado pelos teus gestos
O teu carinho me faz feliz e me encanta
Tua presença me faz voltar a ser criança
O teu amor me envolve e me completa
Me esquenta, me aconchega na hora certa
Tens o perfume e a delicadeza de bela flor
Me delicio acariciando e respirando o cheiro do amor
O tempo voa quando tenho a tua presença
E se arrasta, nunca passa, na tua ausência
Metade de mim fica ao teu lado quando me afasto
Mas tenho a tua, quem vem comigo, segue meu passo
E a saudade que dia a dia vai aumentando
Some muito fácil...
Basta tu vir te aproximando.
Saudade minha amada!

RIC@RDO

Manhã cinzenta



Ai madrugada pálida e sombria
Em que deixei a casa dos meus pais...
E aquele adeus que a voz do mar trazia
Dum lenço branco, a acenar no cais...

O meu veleiro – era de espuma fria –
Levava-o o furor dos vendavais.
À passagem gritavam-me: onde vais ?
Mas só o meu veleiro respondia.

Cruzei o mar em direcções diferentes.
Por quantas terras fui, por quantas gentes,
Nesta longa viagem que não finda.

Só uma estrada resta – mais nenhuma:
Na ilha que o passado envolve em bruma,
Um lenço branco que me acena ainda...

(Natália Correia)

Quero



Quero ser como o sol
Para te aquecer;
Quero ser como a lua
Iluminando a escuridão;
Quero ser como o vento
Para afastar de ti
Essa solidão.
Quero ser Homem
Para te amar
Quero ser como tu
O MEU SOL E O MEU LUAR !

http://imagenscompoemas.blogspot.com/

quarta-feira, 16 de julho de 2008

SEU CORPO


Que caminhos do teu corpo não conheço
À sombra de que vales não dormi,
Que montanhas não escalei, que lantejoulas
Não abarquei nos olhos dilatados,
Que torrentes não passei, que rios fundos
A nudez do meu corpo não transpôs,
Que praias perfumadas não pisei,
Que selvas e jardins, que descampados ?

(José Saramago

MAR


Mar!
Tinhas um nome que ninguém temia:
Era um campo macio de lavrar
Ou qualquer sugestão que apetecia...

Mar!
Tinhas um choro de quem sofre tanto
Que não pode calar-se, nem gritar,
Nem aumentar nem sufocar o pranto...

Mar!
Fomos então a ti cheios de amor!
E nem eras um campo de lavrar
Nem um corpo a gemar a sua dor!

Mar!
Enganosa sereia rouca e triste!
Foste tu quem nos veio nemorar,
E foste tu depois que nos traíste!

Mar!
E quando terá fim o sofrimento!
E quando deixará de navegar
Sobre as ondas azuis o nosso pensamento!


(Miguel Torga)

LUA


Lua és tão bela...
Podemos vê-la mas nunca toca-la...
Por isto em noites de lua cheia...
Eu fico a te enamorar...

Olho pro céu e em seu clarão...
Tão bela fico a te admirar...
Com toda sua luz...
Você é minha lua azul...

Olho pro mar...
E vejo seu lindo reflexo...
Nas águas a refletir...
Mas sem meu amor...
Eu só posso sonhar...
E dizer você é...
Minha lua azul...

Vania Staggemeier

terça-feira, 15 de julho de 2008

Lua Adversa


Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.

Fases que vão e que vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.

E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...


Cecília Meireles

Quando sou o teto e você, o piso,
da casa viva que construímos,
palafita incerta onde o amor mora
e que o prazer visita,
só o móbile dos cabelos
minha nudez enfeita...
O sistino seio, pintado com seus beijos,
eterniza o efêmero na sua retina...
Então você encontra
as janelas mais íntimas,
abre as cortinas
e nos ilumina...

maria borges.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Mulher Madura


Mulher madura,
madura és,
na tua essência,
no teu falar
no teu viver,
procurando ainda o amor
sem desesperança!

Maduro é teu amor
quando me procuras,
pois já aprendeste quase a amar...

Ainda tem medos,
ainda descortina
muitos sonhos de vida,
na vida.

Queres um amor como o teu
sem sofrimento e dor,
pois não agüentas mais tanto desamor!..

Queres ouvir o canto dos pássaros,
o riscar dos raios, acompanhada
pelo teu amor!..
Um amor puro e cristalino
que te levará à paixão!
Sem sossobros, sem tumulto,
pois se sofreres mais um dia
sucumbirás, sem mesmo ter amado!

Eu te prometo, mulher madura
que serei o teu parceiro,
nessa madrugada
em que a insegurança
tomou conta de ti!..

Eu te prometo o amor mais lindo
que alguém já amou e viveu...
Eu te prometo a vida
segura a ao meu lado,
para ser feliz!..
Para ser feliz ,para sempre
deliciosa, amada, mulher madura
de todos os dias meus!..

Eda Carneiro da Rocha

ILHA


Deitada és uma ilha e raramente
Surgem ilhas no mar tão alongadas
Com tão prometedoras enseadas
Um só bosque no meio florescentes

Promontórios a pique e de repente
Na luz de duas gêmeas madrugadas
O fulgor das colinas acordadas
O pasmo da planície adolescente

Deitada és uma ilha que percorro
Descobrindo-lhe as zonas mais sombrias
Mas nem sabes se grito por socorro

Ou se te mostro só qu me inebrias
Amiga amor amante amada eu morro
Da vida que me dás todos os dias

(David Mourão Ferreira)

domingo, 13 de julho de 2008

Doce Certeza



Por essa vida fora hás-de adorar
Lindas mulheres, talvez; em ânsia louca,
Em infinito anseio hás de beijar
Estrelas d´ouro fulgindo em muita boca!

Hás de guardar em cofre perfumado
Cabelos d´ouro e risos de mulher,
Muito beijo d´amor apaixonado;
E não te lembrarás de mim sequer…

Hás de tecer uns sonhos delicados…
Hão de por muitos olhos magoados,
Os teus olhos de luz andar imersos!…

Mas nunca encontrarás p´la vida fora,
Amor assim como este amor que chora
Neste beijo d´amor que são meus versos!…

Florbela Espanca

Noivado Estranho


O luar branco, um riso de Jesus,
Inunda a minha rua toda inteira,
E a Noite é uma flor de laranjeira
A sacudir as pétalas de luz…

A luar é uma lenda de balada
Das que avozinhas contam à lareira,
E a Noite é uma flor de laranjeira
Que jaz na minha rua desfolhada…

O Luar vem cansado, vem de longe,
Vem casar-se co´a Terra, a feiticeira
Que enlouqueceu d´amor o pobre monge…

O luar empalidece de cansado…
E a noite é uma flor de laranjeira
A perfumar o místico noivado!…

Florbela Espanca

Não te quero senão porque te quero


Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.

Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te, como um cego.

Talvez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,

nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,a sangue e fogo.

Pablo Neruda

sábado, 12 de julho de 2008

UMA TARDE LINDA


A caminhada à praia hoje foi completamente diferente. Tu estavas comigo e na tua companhia, nada pode ser igual.
A tua mão segurando a minha, a certeza do teu sorriso, do teu olhar acompanhando-me a cada passo não me deixou olhos para mais nada. Apesar das belezas ao meu redor, eu só tinha olhos para ti. Tua voz e teu riso ecoavam nos meus ouvidos como doce música. Caminhei feliz e sorridente!
O clima estava quente e agradável, deixando para trás os dias nublados e frios da semana,até uma cerveja na beira da praia estava linda. Havia crianças correndo, jovens jogando... A alegria fazia-se presente em tudo. Ou seriam os meus olhos?
Até a volta para casa foi diferente, pois ao caminhar contigo, nem percebi que caminhos eu fazia.
Somente ao chegar à esquina de casa é que despertei, e vi a tarde linda que juntos passamos...
Te amo Sônia beijossss

Vôo nas nuvens



Vôo nas nuvens que me trazem
Aos vales onde lírios se adulçoram
E abrem-se ao beijo morno da noite
Que se estende lilás no céu que arde

Estrelas cintilam e lançam chispas
Como faz minha alma quando te amo

Meus olhos que se abriram à primeira luz
Fecham-se... e sobre mim cai à sombra
Da minha infância já muito tarde
Nada pode voltar a ser como antes
Se pudesse não seria passado
A vida caminha

Ouça...ouça o canto do vento em ciranda
No nosso silêncio de amantes
Ele ronda pelos telhados
Faça amor comigo...seja minha
Nesta onda de lirismo que me invade.

Antonio Miranda Fernandes


Senta-te ao lado do meu silêncio.
Não me abraça agora, mas
Escuta as ondas e o meu silêncio...

Senta-te comigo,
Sente o cheiro da maresia e olha
Mar e céu fundidos nesse intenso azul.
Deixe que eu respire o perfume do mar
Pressentindo o calor da tua pele
Sem ainda te tocar...

Deixa que eu perceba o bater do teu coração
Misturando-se ao vai e vem das ondas...
Deixa-me voar em pensamentos
Sem tirar os olhos do mar,
Espera o vento cálido chegar
Para então dizer que me ama...

Ate lá me deixa ficar só assim,
Sentindo a tua presença e o mar
Depois falaremos de amor e mais nada....

Sônia Schmorantz

Tarde no mar


A tarde é de oiro rútilo: esbraseia.
O horizonte: um cacto purpurino.
E a Vaga esbelta que palpita e ondeia,
Com frágil graça de menino

Pousa o manto de arminho na areia
E lá vai e lá segue o seu destino!
E o sol, nas casas brancas que incendeia,
Desenha mãos sangrentas de assassino!

Que linda tarde aberta sobre o mar!
Vai deitando do céu molhos de rosas
Que Apolo se entretém a desfolhar…

E sobre mim, em gestos palpitantes,
As tuas mãos morenas, milagrosas,
São asas do sol, agonizantes…

(Sonetos - Florbela Espanca)

sexta-feira, 11 de julho de 2008

SÓ UM MOMENTO


Pousa um momento,
Um só momento em mim,
Não só o olhar,
também o pensamento.
Que a vida tenha fim
Nesse momento!
No olhar a alma também
Olhando-me, e eu a ver
Tudo quanto de ti teu olhar tem.
A ver até esquecer
Que tu és tu também.
Só tua alma sem ti
Só o teu pensamento
E eu onde, alma sem eu.
Tudo o que sou
Ficou com o momento
E o momento parou.

(Autor desconhecido)

NAU SEM RUMO



Não preciso de cartas de navegação:
basta-me o sonho de travessias impossíveis.

Caminhar sobre a superfície do oceano,
pisando em pássaros submarinos,
tropeçando em ruínas de outras civilizações,
beijando cadáveres de náufragos,
até a definitiva conversão em água, sal e vento.

Sei que não tenho destino.
É o destino que me possui.
As correntezas traçam a rota
e as tempestades preparam o naufrágio.

O mar não precisa de caminhos,
tece na solidão as formas da morte,
enquanto o vento entoa cantos fúnebres
sobre os campos azuis do país marítimo.

O mar não precisa de navios,
precisa apenas de corpos.


(José António Cavalcanti)