sábado, 31 de janeiro de 2009


Não sei amar levemente
amo com intensidade
amo com todas as minhas forças
amo inteira
amo de corpo e alma
não sei amar sem consequências
entrego-me por completo ao amor
entrego-me ao desejo
entrego-me às fantasias
entrego-me nos teus braços
não sei amar levianamente
abreviadamente, ligeiramente
amo apaixonadamente
ardentemente, desatinadamente
amo
amo muito
amo sempre

http://corposalmas.blogs.sapo

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009


Enquanto houver estrelas
Enquanto houver luar
Embalados nas asas da poesia
Podemos sonhar...

Embarcamos neste sonho
Navegando com ilusão
Grandes vagas nos assombram
Arrastados pela correnteza
O intrépido vento a sibilar
O raivoso trovejar, lampeja
Trazendo a fria chuva a fustigar;

A tempestade findou...
O mar serenou...
Céu azul, mar anil...
Alegres gaivotas em revoadas
A brisa leve exala um perfume
Com suave fragrância
De primavera
De flores e de amores.

Aportamos em ancoradouro seguro
A vida com esperança
Desabrocha em nós...
Em cada flor
Em cada pássaro
Em cada amor...

Rita Camargo Caldas

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

PÁSSAROS E PEDRAS


Pássaros e pedras não podem caminhar juntos!
As pedras criam poeira e musgos;
os pássaros são visgos no ar.
As pedras são rudes, organizam muros;
enquanto os pássaros roçam mundos,
atravessam virtudes.
Pássaros e pedras são únicos,
jamais serão unos.
Como ciscos nos olhos, as pedras riscam;
os pássaros batem pálpebras, aliviam o olhar.
Com pedras se constroem prédios;
a partir de árvores, aprende-se a voar.
Pássaros e pedras nunca estão no mesmo lugar!
Uma pedra no ar agride o azul;
um pássaro dá asas ao sol.
As pedras no caminho lapidam-se em espanto;
os pássaros – companheiros do vento –
aliam-se ao seu instinto.
As pedras não alcançam os pássaros
e rendem-se à gravidade da Terra
caindo sobre suas próprias pernas;
os pássaros avançam acima das pedras
alcançam espermas
irradiam óvulos
e sucumbem à vida eterna!

João de Abreu Borges

Hoje a noite vou te visitar em teus sonhos,
para te dizer que a lua está com saudades nossas,
que mesmo sobre as nuvens ela viu a beleza do nosso amor.
Vou estar em teus sonhos,
para juntos vermos as estrelas e lhe mostrar
que encontrei o sorriso mais lindo nos teus lábios.
Hoje a noite vou te visitar em teus sonhos,
para lembrar como é bom te ver dormir,
e te passar segurança e tranqüilidade para um bom sono.
Hoje a noite vou te visitar em teus sonhos,
para ganhar teus carinhos e beijos
e te mostrar que os mais lindos sonhos,
são aqueles que sonhamos juntos...

http://yohanandreams.blogs.sapo.pt/

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009


Devagar, devagar... A noite dorme
e é preciso acordar sem sobressalto.
Sob um manto de sombra, denso, informe,
o mar adormeceu a sonhar alto.

Devagar, devagar... O rio dorme
sobre um leito de areias e basalto...
Malhada pela neve a serra enorme
parece um tigre a preparar o salto.

E dorme o vale em flor. Dormem as casas.
Nenhum rumor. Nenhum frémito de asas.
Nada perturba a noite bela e calma.

E dormem os rosais, dormem os cravos...
Dormem abelhas sobre o mel dos favos
e dorme, na minha alma, a tua alma.


Fernanda de Castro

Mar azul de brilho cristalino,
Fresco nas ondas que chegam na areia
Água de sal que me faz sonhar contigo,
Canoa de marinheiro que amor semeia,
Num cântico de palavras surdas que não digo.
Ondas do mar que te molha a pele.
Contando o tempo para falar de nós
Outrora cantava bela gaivota os meus poemas,
Em dueto com o mar te fazia linda,
Numa canção de maresia com salpicos.
Adorava agradar-te em notas nos teus ouvidos,
No que digo ao mar teu companheiro
Coloca as mãos na água que é minha,
No som desta música de amor por ti…
Na espera de voltar a ver o teu sorriso.

http://osaldanossapele.blog.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009


Sei de cor cada lugar teu
atado em mim, a cada lugar meu
tento entender o rumo que a vida nos faz tomar
guardar só o que é bom de guardar..

Pensa em mim protege o que eu te dou
Eu penso em ti e dou-te o que de melhor eu sou
sem ter defesas que me façam falhar
nesse lugar mais dentro
onde só chega quem não tem medo de naufragar...

Fica em mim que hoje o tempo dói
como se arrancassem tudo o que já foi
e até o que virá e até o que eu sonhei
diz-me que vais guardar e abraçar tudo o que eu te dei...

Mesmo que a vida mude os nossos sentidos
e o mundo nos leve pra longe de nós
e que um dia o tempo pareça perdido
e tudo se desfaça num gesto só...

Eu vou guardar cada lugar teu
ancorado em cada lugar meu
e hoje apenas isso me faz acreditar
que eu vou chegar contigo
onde só chega quem não tem medo de naufragar...

Mafalda Veiga

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Às vezes solta-se o grito


Um pássaro não pertence ao céu
Não é filho da terra
É apenas um ser livre
Que plana em suave espera.

Às vezes abandona o ninho
E voa sobre azul mar
Às vezes solta-se o grito
Para outro pássaro chamar.

Olhar o mundo do alto
Olhar a terra em tons de esperança
Olhar outra criatura estranha
Que o teu olhar alcança.

Cada mar tem seu sal
Cada sal tem a sua cor
Os olhos que olham de baixo
Não conseguem ver melhor.

A maresia é feita de brilhantes contas
Areia de finas pedras
Um bando de gaivotas soltas
Descansam em cais de esperas.

Depois é o vôo secreto
Que ninguém sabe o rumo
Para lá do conhecido
Cai mais uma vez o sol a prumo.

Ninguém sabe de onde vem
O grito do vento norte
A calmaria varre a tormenta
Que assolou a terra em sorte.

http://paraladossentidos.blogspot.com/

domingo, 25 de janeiro de 2009

Corpo poético


Sinto as noites despidas de ti
num chafariz de estrelas cadentes
Nas chamas dos teus lábios
em galáxias de desejos

Afogo o meu sangue em doçura
ao sabor do teu corpo
onde navego em pétalas e versos
num corpo poético que és tu
Fecundo cada palavra no desejo
em teu olhar na noite solitaria
Em notas musicais
versos soltos
Nas palavras escondidas
num abraço onde embalo
o meu cansaço

A tua pele
é a musica onde mergulho os meus dedos
O teu rosto:
as palavras que escreves
O teu corpo
que amo em cada verso em silencio
na minha alma despida de olhares

Sinto o teu coração de seda
na saudade que me oprime a memoria
Rasgo o peito
fecundo o teu olhar perdido no tempo de ti

O meu encanto na palavra feita
por ti, em silêncios
onde madrugadas acontecem
gritadas em desertos de sonhos
onde borbulham desejos
de manhas despertas

beijo azul@
http://beijo-azul.blogspot.com/

sábado, 24 de janeiro de 2009

SOLIDÃO!...


Abre-se a porta
Numa esperança vã,
O vento lá fora
Atrasa o amanhã.
A noite já longa
Apraz-me com a solidão
Da melancolia que ronda
As margens do meu chão.
A dureza da verdade é o limite
Da cruel realidade que me transmite,
Que querer negar que sofro,
É cobardia...
Querer parar o choro,
Fantasia...
Aperto tua foto contra o peito,
Acarinho-a, dou-lhe beijos,
É o meu jeito...
Eu sei!
Não consigo recuar o tempo,
Mas tudo o que escrevo e digo
É sentimento!

Ana Martins

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

"Partes"


"Em que parte do tempo
me deixei escapar?
Em que parte do tempo
fiquei a te encontrar?
Em que parte do tempo
alguma vez te perdi?
Em que parte do tempo
Alguma vez te ganhei?
Em que parte do tempo
não fiz perguntas?
Em que parte do tempo
achei as respostas?
Vivo em partes do tempo,
fragmentados em interrogações.
Não correspondem a fração
de minha totalidade.
E, tão pouco equivale ao seu valor;
minha outra metade.
E, caminho por entre cacos,
neste mundo mal dividido.
Em que o que se parte ao meio
são as cobranças que não
foram ditas e feitas.
Então, me vejo juntando partes
que o tempo estava a esconder.
Para que um dia possa enfim,
ver-me inteira,
Ainda que estando longe de você."

Bela Poeta
http://bela-poeta.blogspot.com/

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

trilhando trilhos...


O som da partida
rompe o silêncio
da ausência antiga
e o ir
termina o por vir.

E o tremer dos trilhos
trilha o horizonte
estremece o coração...
Cai a última lágrima
despida e fria
não olha para trás.
.
Segue o vento
embaraçando a mente
entre o nada
e o infinito...

Ana Lúcia
http://souessenciasemfronteiras.blogspot.com/

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

NO ALTO DA MONTANHA !...

Ilha de S. Miguel-Açores-Portugal

No alto da montanha, que beleza !
São cascatas que gemem de prazer !
São árvores que incorporam natureza
com nós entrelaçados a sonhar e a estremecer !

As sombras deslumbrantes de incerteza
São grutas que convidam a amar e viver !
Estremece levemente a lua acesa
sugerindo contornos de homem e de mulher !...

E nós dois, abarcando este espaço
e embalando nossos corpos num abraço
sentimos a velúpia e uma sede estranha !...

Gritamos bem baixinho, com ternura
Sorvemos em nossos beijos a delícia e a frescura
do amor e da água palpitante da montanha !...

Soneto & Fotos:
Fernanda Costa
http://fernananda55.blogspot.com/

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

COMPARO-TE AO MAR

IMAGEM LOURO-FOTOS

Comparo-te ao mar por tua constância,
Comparo-te ao mar por voltares sempre
e tomar minhas restingas.
Comparo-te ao mar por tragares os medos.
Comparo-te ao mar por tornares sal
o antes insosso.
Comparo-te ao mar, amor,
por me envolveres irremediavelmente,
ilha reencontrada
em teus carinhos avassaladores.
Comparo-te ao mar e seus segredos,
seus claro-escuros a me desafiar.
Comparo-te ao mar porque me perco em tuas cálidas marés
a me arrastar como flor em busca de luz.
O mar, o mar e tuas líquidas mãos,
e eu à deriva mergulhada em teus desejos.
Comparo-te ao mar por seres sempre começo.

Saramar
http://abrindojanelas.blogspot.com/

LUA


Lua és tão bela...
Podemos vê-la mas nunca toca-la...
Por isto em noites de lua cheia...
Eu fico a te enamorar...

Olho pro céu e em seu clarão...
Tão bela fico a te admirar...
Com toda sua luz...
Você é minha lua azul...

Olho pro mar...
E vejo seu lindo reflexo...
Nas águas a refletir...
Mas sem meu amor...
Eu só posso sonhar...
E dizer você é...
Minha lua azul...

Vania Staggemeier

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

AMOR...



Um sussuro suave e perfumado,
percorreu minha sala,
bateu contra a minha janela...
nas asas de uma borboleta azul;
Estava escrito: eu te amo...
E uma lágrima rolou na minha
face, e,
se sublimou num cristal
que eu guardei,
dentro do meu coração...

[Claudio Conde Capitani]

O vento é hóspede constante
maior viajante
que por aqui passa...
quando chega
me abraça
se sente em casa
repousa suas asas cansadas
sobre meu corpo em brasa...
Minha casa
não tem divisórias
todos os cantos
contam histórias
de amores para mim...

Minha casa é assim
janelas abertas
sem vidraças
portas escancaradas
para meu vôo sem fim

Cida Sousa

domingo, 18 de janeiro de 2009


Quisera em teu corpo mergulhar como se fosse o mar.
Ir até o fundo sem mágoas ou medos, flutuando
Ao sabor das tuas ondas, com a cabeça mergulhada
Em teu peito...
Sob a clara luz da lua cheia, que entra pela janela.
Ao som suave das ondas quebrando na praia,
A ti vou revelar meus anseios, minhas dúvidas.
Entrelaçando meu corpo ao teu, afogarei minha alma,
Até que um cheiro de amor venha do mar e de você,
Inundando o quarto, seduzindo a noite...
Quisera dar-te o mar que tanto amo também,
O tranqüilo mar da nossa ilha e essa linda madrugada.
Quisera te fazer acreditar nesse amor, no mudo assombro da
Minha alma diante de ti,
Nos murmúrios místicos do meu coração quando nos tocamos
Sob a lua dessa ilha...
Quisera eu penetrar no teu coração agora, nesse momento em que lês,
Conhecer a profundeza dos teus pensamentos, para sair
Dos momentos de indecisão e inquietação,
Quisera mesmo, é ouvir tua voz dizendo que está tudo bem.
Que o sonho ainda perdura na imensidão do nosso coração,
E que todas estas rimas não rimadas desta minha inspiração,
Palavras que escondo no azul do céu e no fundo mar,
Pintem de azul o nosso dia para que estejamos sempre bem.
Meu amor, azul da cor do mar, está aqui,
É só acreditar e vir buscar....

Sônia Schmorantz

sábado, 17 de janeiro de 2009


O meu amor tem lábios de silêncio
E mãos de bailarina
E voa como o vento
E abraça-me onde a solidão termina
O meu amor tem trinta mil cavalos
A galopar no peito
E um sorriso só dela
Que nasce quando a seu lado eu me deito
O meu amor ensinou-me a chegar
Sedento de ternura
Sarou as minhas feridas
E pôs-me a salvo para além da loucura.
O meu amor ensinou-me a partir
Nalguma noite triste
Mas antes, ensinou-me
A não esquecer que o meu amor existe.

Jorge Palma

TE QUERO SÓ PARA MIM


Pele suave como pétalas de rosas
Lábios sensuais, cobertos por um
transparente véu
Mais parecias um anjo que desceu do céu
Assim te conheci, bela e misteriosa!

Aos teus encantos não resisti, me rendi,
exclamei:
Te quero só para mim!
Te segui com o olhar, te cortejei e assim
Caí nas tuas graças. Me abraçaste, te beijei

Mergulhei de corpo e alma no teu ser
Embevecido e extasiado
Delirei, quase fui à loucura

Hoje, feliz e alegre a teu lado
Me alimento do teu carinho, da tua ternura
E no roçar de nossos lábios sinto o amor
acontecer


Walter Pimentel

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

"Pelo sonho é que vamos"


Não me perguntaste nada,
nada queres saber, mas eu digo
o que quero é fugir para a Toscana
e fazer dos teus beijos, meu vinho.
Se não der, basta-me molhar os pés
no rio que contemplas da tua janela.
Não havendo rio por perto,
nem flor em vinhas,
não importa,
envolve-me em tua rede e
e acenarei para os vagalumes,
enquanto escreves no meu corpo,
quentes versos de amor.

Sebastião da Gama

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

ESCADA PARA O ALTO


Vá! Sobe esta escada!
Vive a vida como a sentes
Desenrola as tuas contradições
Voa! Sonha! Decide! Sê livre.

Não existem amarras para o pensamento
Solta-as à dor... à indiferença.

Vá! Sobe a escada!
Aprisiona a luz do sol
Envolve-a com teu manto de ternura
Transforma-a na tua paleta de cores.

Vá! Sobe a escada e vive...

http://paraladossentidos.blogspot.com

A música do amor


Que importa este corpo
de onde se ausentou a primavera
se o amor, como melodia de cítaras
atravessa os silêncios da noite,
desfaz o frio, abre os mares
levando consigo as notas do lamento,
o canto antigo do meu querer?

Que importa se não estás nunca
e só me deixou as sombras,
escombros de carinhos
que insisto em refazer?

O meu amor continua fluindo em ascenso
soando em plangências desarvoradas
a confundir as madrugadas.

Que importa a dor
pela morte da flor que plantaste
para depois matar de sede e fome?

Há uma sinfonia
(alarido de lembranças)
de palavras que sussurro
no solitário torpor das noites
e cobrem as nuvens.

Choverá em algum lugar...
Quem sabe, assim, ouvirás meu canto?
Saramar
http://abrindojanelas.blogspot.com

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Palavras soltas


Hoje não estou preocupado com o desprezo do teu silêncio…
recuso ser na tua vida a mancha…
hoje não quero saber se olhas através do vidro frio da janela,
e vês a primavera, ou o cinzento do Inverno atrasado…
recuso a imaginar quem és…
o teu sorriso, as tuas palavras, os teus olhos…
hoje sinto-me livre do som da tua voz…
há... como sinto a alma leve,
preparado para junto das estrelas companheiras de mil noites,
eu, ali, sentado nesse cadeirão dos meus segredos, sorrir...
de felicidade por te amar tanto…

Juda-ben-hur
http://osaldanossapele.blogs.sapo.pt/

Asa no espaço...


Asa no espaço, vai, pensamento!
Na noite azul, minha alma flutua!
Quero voar nos braços do vento,
Quero vogar nos braços da Lua!

Vai, minha alma, branco veleiro,
vai sem destino, a bússola tonta...
Por oceanos de nevoeiro
corre o impossível, de ponta a ponta.

Quebra a gaiola, pássaro louco!
Não mais fronteiras, foge de mim,
que a terra é curta, que o mar é pouco,
que tudo é perto, princípio e fim.

Castelos fluídos, jardins de espuma,
ilhas de gelo, névoas, cristais,
palácios de ondas, terras de bruma,
... Asa, mais alto, mais alto, mais!

Fernanda de Castro

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

ENCONTRO


Ah... já me aflige nessa hora, a espera
por esse encontro, tantas vezes adiado...
E o corpo inquieto no reverso do que era
precisa e pede sem delonga o ser amado!

Que doce é a hora do encontro esperado!
Dão-se os olhos num mergulho de prazer...
As bocas se calam no beijo demorado
e os corpos se agitam, na ânsia de se ter!

Já não somos mais nós, dois corpos separados,
mas, apenas um pelo amor abençoado...
Em fundo êxtase, brindamos sem temor...

E saciados dos prazeres mais profundos,
enfim dormimos nosso sono vagabundo...
embriagados na volúpia do amor!

http://emmimumsonhoazul.blogspot.com/

"Fronteira"


Há o silêncio das estradas
e o silêncio das estrelas
e um canto de ave, tão branco,
tão branco, que se diria
também ser puro silêncio.
Não vem mensagem do vento,
nem ressonâncias longínquas
de passos passando em vão.
Há um porto de águas paradas
e um barco tão solitário,
que se esqueceu de existir.
Há uma lembrança do mundo
mas tão distante e suspensa...

Há uma saudade da vida
porém tão perdida e vaga,
e há a espera, a infinita espera,
a espera quase presença
da mão de puro mistério
que tomará minha mão
e me levará sonhando
para além deste silêncio,
para além desta aflição.


Tasso da Silveira

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

“Vem em mim”


O que prevalece
Quando penso em você?
Mau bem-querer voa
E o seu silêncio me profana... A boca

Meus devaneios surdos
Vão despindo você
E eu me pergunto à toa
Raiará o dia de beija-lhe... A boca?

Um beijo mais sereno
Me bebendo, lábio e mel
Como fora um vinho bom
Um Castillo, um Lurton?

Um beijo mais faminto
Me lanhando corpo e fel
Como fora um pescador
Solitário e ceifador

Que coisa louca, vem em mim
Guardar você assim
Eu quase vivo da magia
Meu faro caça algum sinal... Da sua boca

Minha alma prega a solidão
Pastora minhas mãos
E me arreda do afã
Do sonho de amanhecer... Em sua boca

Glória Salles e Abel Puro

domingo, 11 de janeiro de 2009


Plena mulher, maçã carnal, lua quente,
espesso aroma de algas, lodo e luz pisados,
que obscura claridade se abre entre tuas colunas?
que antiga noite o homem toca com seus sentidos?
.
Ai, amar é uma viagem com água e com estrelas,
com ar opresso e bruscas tempestades de farinha:
amar é um combate de relâmpagos e dois corpos
por um só mel derrotados.
.
Beijo a beijo percorro teu pequeno infinito,
tuas margens, teus rios, teus povoados pequenos,
e o fogo genital transformado em delícia
.
corre pelos tênues caminhos do sangue
até precipitar-se como um cravo noturno,
até ser e não ser senão na sombra de um raio.

Pablo Neruda

VELUDO SENSORIAL


Meus beijos...
Saem em silêncio da minha boca
E repousam nos teus lábios ardentes
Deixando-te na boca
O sabor do amor
O fogo da paixão.
Tuas mãos...
Veludo sensorial
Que me fazem estremecer
Vibrar!
Despertando o vulcão adormecido
Que morava dentro de mim.
No sotão do meu coração
Na gaveta da minha alma
No baú das minhas emoções...
Guardo o teu sorriso
A tua ternura
O teu calor
Neste mar de amor
Nas ondas desta paixão
Navega a minha alma
Mergulha o meu coração.

Mário Margaride

sábado, 10 de janeiro de 2009

Em viagem!


Nas cinzas caídas de um toque,
aquele em que a minha mão se estende
e percorre o teu rosto.
aquele em que o meu olhar se perde
e mergulha no teu olhar.
aquele em que os meus lábios se diluem
e nadam no teu corpo.

nas amarras esquecidas de um beijo,
aquele que não se esquece, o primeiro
e que navega pelas memórias da paixão
aquele em que os nossos lábios se entregam
e desnuda os nossos corpos
aquele que apazigua os nossos desejos
e revela o nosso amor!

ai! fossem essas cinzas as tuas mãos
ai! fossem essas amarras um abraço!
que me fizessem sentir-te aqui
nesta trémula viagem
em que percorro os sonhos
num barco de papel!

Bruno Ribeiro

Versos molhados



Gostaria de ser algo suave
Passar por ti e sentir
Lentamente...
o perfume da tua pele
O calor da tua boca...
a suavidade do teu olhar
Gostaria de sentir os teus dedos
dedilhando no meu corpo
acordes perfeitos
melodias ofegantes
versos molhados...

http://anamar.blogs.sapo

MAR DE LÁGRIMAS


No alto da falésia avistei o por do sol
Descendia sobre as calmas águas do mar…
Gaivotas sobrevoavam o horizonte em prol
Das palavras que ao oceano tinha para contar

Enalteci a sua bravura, a sua beleza e sua imensidão
Sorrindo a lua também quis escutar…
As estrelas brilharam em comunhão
O vento dançou com remoinhos no ar

O mar balançou ondas ao sentir
Elogios de alegria e vagas levantou…
A voz de um trovão se vez ouvir…
Quando lhe falei do meu amor por ti… O mar chorou
.
.
-Manzas-
http://pensamanzas.blogspot.com/

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009


Olho a noite pelo vidro da minha porta
A noite, está fresca da brisa e estrelada
Vai passando lenta de sombra morta
Deixando o seu brilho no meio da estrada.

Esta é uma noite para eu dormir
Quero com ela e o meu coração sonhar
Lembrar as horas que a vi sorrir
E uma gaivota que vi a voar.

Por ti, minha noite no rio chorei
Um homem também de saudade chora
Eras quem eu queria e tanto chamei
Não ouviste, quem te chamava a toda a hora.

Deixaste noite que ficasse na ilusão
Por detrás da porta onde te espreito
Podias ter a lua junto ao coração
Era a ela que lhe davas do teu peito.

Tem esta noite de ter este luar
De me fazer chorar o meu sentir
Foste com quem te andava a procurar
Eu cantei á lua para dormir.

Olho uma ultima vez o céu estrelado
Todas as estrelas se amam docemente
Dorme a lua e comigo está a sonhar
Deixei a porta, fui para a cama naturalmente.

http://osaldanossapele2.blogspot.com/

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Tu


Teus olhos são como a noite
Trevas e luz;
Ó anjo, o céu em teus olhos
Se reproduz!
.
Tu'alma inda não conhece
Teu coração;
Rubor que te acende as faces
É sem razão.
.
Inocente, quem gozara
Contigo o céu!
Quem dos amores contigo
Rasgara o véu!
.
Quem descerrara teus lábios
Cum doce beijo!...
Dizendo: — amor — e em teus olhos
Via um desejo!
.
Tua face é como aurora
Púrpura e luz!
Ó anjo, a aurora em teu rosto
Se reproduz!
.
Quero viver em teus olhos
Ó inocente!
Quero adorar-te prostrado
Eternamente!

Aureliano Lessa


Cobre a minha pálida nudez
Com o vermelho do teu desejo.
Deita-te esquecido do mundo
Em mim o teu sabor a sal.
Murmura os versos proibidos
Da canção que tanto me atrai.
Ergue os braços entrelaçados
Na dança que os corpos encetam!
Grita às pétalas mordidas
A dor da separação…
Luz vencida na brilhante noite
Em que teus passos chegam!

Carla
http://palavrasemdesalinho.blogspot.com/

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

"NOTURNO'


Veleiro ao cais amarrado
em vago balouço, dorme?
Não dorme. Sonha, acordado,
que vai pelo mar enorme,
pelo mar ilimitado.

Se acaso me objetardes
que veleiro não é gente
e, assim, não sonha nem sente,
sem orgulhos nem alardes
eu direi: por que haveria
de falar-vos do homem triste
mas de olhar grave e profundo
que, à amargura acorrentado
sonha, no entanto, que vive
toda a beleza do mundo?

Melhor é dizer: Veleiro...
veleiro ao cais amarrado,
sob as límpidas estrelas.
Vela branca é uma alma trêmula,
sobretudo se cai sombra
do alto abismo constelado.
Veleiro, sim, que não dorme
mas na silente penumbra
sonha, ao balouço, acordado
que vai pelo mar enorme,
pelo mar ilimitado.


Tasso da Silveira

Queria estar assim...


Queria estar assim...
Abraçada!
Num abraço não são necessárias palavras
E num abraço tanto é dito...

Queria tanto estar assim...
Abraçada!
Sentir os teus sentires
E oferecer-te os meus...

Queria estar assim contigo...
Num abraço terno, carinhoso
Tu e eu, nada mais
E onde nada mais importa...

Queria tanto estar assim...
Abraçada!

(Som do Silêncio)
http://historiamentiraverdade.blogspot.com/

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

CAMINHANDO


Ao longo do caminho fui deixando,
quase tudo que havia acumulado
Foi ficando para trás coisas velhas,
surradas, sentimentos mortos
amores esquecidos,
olhares abandonados
vidas velhas,
sons indecifráveis
qualquer coisa que era
somente minha larguei
pelo caminho.
Não quis dar para ninguém,
apaguei
e nem lembranças sobraram
Assim ainda continuo andando
ao longo do caminho,
indo vou
sumindo como fumaça
para que nada reste na estrada
nem ao longo do caminho.
.
izilgallu
http://izil.blogspot.com/

Nós


No barco sem ninguém, anónimo e vazio,
Ficámos nós os dois, parados, de mão dada.
Como podem só os dois governar um barco?
Melhor é desistir e não fazermos nada!
Sem um gesto sequer, de súbito esculpidos,
Tornamo-nos reais, e de maneira, à proa.
Que figuras de lenda! Olhos vagos, perdidos
Por entre nossas mãos , o verde mar se escoa
Aparentes senhores de um barco abandonado,
Nós olhamos, sem ver, a longínqua miragem
Aonde iremos ter? - Com frutos e pecado,
Agora sei que és tu quem me fora indicada.
O resto passa, passa alheio aos meus sentidos.
Desfeitos num rochedo ou salvos na enseada,
A eternidade é nossa , em madeira esculpidos!


David Mourão Ferreira

Então, que seja doce.


Repito todas as manhãs,
ao abrir as janelas para deixar entrar o sol
ou o cinza dos dias,
bem assim, que seja doce.
Quando há sol,
e esse sol bate na minha cara
amassada do sono ou da insônia,
contemplando as partículas de poeira soltas no ar,
feito um pequeno universo;
repito sete vezes para dar sorte:
que seja doce que seja doce
que seja doce e assim por diante.
Mas, se alguém me perguntasse o que deverá ser doce,
talvez não saiba responder.
Tudo é tão vago como se fosse nada.

Caio F. Abreu

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Amor no outono da vida


Abro meus braços para o mar
Sinto meus pés afundarem na areia molhada...
Um imenso mar azul está à minha frente,
Refletindo gotas douradas pelo sol e areia.
Pensei em ti nesse momento e agradeci
Pelos beijos úmidos de maresia,
Pelo abraço apertado a me proteger do vento,
Pela íntima conversa silenciosa dos olhos...
Passos perdidos em meu caminhar
Sinto a areia molhada e minha alma
Marcada pela paisagem...
Este momento tem sentido na minha alma,
Este momento tem sentido na minha vida...
Uma lágrima serena escorre pela face
Formando um secreto sorriso...
Passado o vento na tarde que se fez outono
Em minha vida, esvaneceram alguns sonhos,
Mudou o tema da poesia,
Muitas histórias para contar...
Envelheceram as linhas do rosto e do corpo.
Mas o coração solto, liberto ainda quer amar.
Lento e invasivo, o amor chega sem avisar,
Outra vez laço de abraço e o gosto de um beijo.
Nos desvarios das horas na praia...
Continuo meu passeio na areia molhada
Perdida na memória dos meus passos
Vou deixando as ondas para trás e
Sigo em tua direção para te encontrar
Além da estrada, além do tempo para
Viver este presente de amor...

Sônia Schmorantz

Nas pedras também nascem flores


Deixa que eu passe por aqui meu amor
Quero passear na areia fina e branca que nos viu
Venho ver as pedras no mar onde nasce uma flor
Neste lugar onde nasceu o que o teu coração sentiu.

Não sou aqui um homem indiferente
Nunca me peças o que não sei
Aconteceu um beijo longo de repente
Neste lugar onde agora eu passei.

Escrevo a minha memória hoje lida
Lembro o que me é feliz recordação
Sempre te quis neste lugar querida
Nunca te tirei o meu coração.

Deixa que eu passe por aqui meu amor
Que recorde os beijos ao sol torrado
Serei a voz no mar do mais belo cantor
Que canta o que um homem te tem amado.

http://osaldanossapele2.blogspot.com/

domingo, 4 de janeiro de 2009


Pelas manhãs, acordavas os pássaros
Com teus passos
Teus ombros pensos,
Nos braços trazias o cesto
Trigo, doces e hortaliças
Tua faina, era a festa do desjejum.
Teu rastro de cheiro,
O olor do café aquecido.
Teu amor, refletido nos olhos
Teu riso, no brilho do mobiliário
E assim, com teus trêmulos dedos,
Driblavas a fita nos meus cabelos
Com um tope
E o teu amargor,
Com um torrão de beijo
Dobrado em minha face.

Jeanete Ruaro

sábado, 3 de janeiro de 2009



Repousa com teu sonho em meu sonho.
Amor, dor, trabalho, devem dormir agora.
Gira a noite sobre suas invisíveis rodas
e junto a mim és pura como âmbar dormido...
Nenhuma mais, amor, dormirá com meus sonhos...
Irás, iremos juntos pelas águas do tempo.
Nenhuma viajará pela sombra comigo, só tu.
sempre viva. sempre sol ... sempre lua...
Já tuas mãos abriram os punhos delicados
e deixaram cair suaves sinais sem rumo...
teus olhos se fecharam como
duas asas cinzas, enquanto eu sigo a água
que levas e me leva.
A noite... o mundo... o vento enovelam seu destino,
e já não sou sem ti senão apenas teu sonho...

Pablo Neruda

“Foi sonho!?”


A noite derrama sobre mim seu manto
Esperando o sono, etéreo e novo sentir
Na mente a todo instante você me ocorre
Faz em doces quimeras, nova estação fluir

Abre os braços, me tem febril em teu peito
Perfume que supre as entranhas carentes
Sem falar, a solidão por tua paz é regada
Pra si tomou meu coração, absurdamente

O descompassar dos corações, a aragem
O efeito mágico dessa doce alquimia
Realidade burlada, noite de pura magia

O sol nos surpreende, gravando a imagem
No teu peito em brasa, ao vir teu sorriso
Descubro, de mais nada nessa vida, preciso.


Glória Salles

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009


Caminho dentro da prai
uma onda beija o meu corpo
então estremeço-me todo
a onda levanta sua saia
tão branca e feita de espuma
me oferta um gemido de sal
cego de amor enlouqueço
a brisa me sopra um sinal
de repente na tarde marinha
a onda verde caminha
sem que eu a possa apanhar
tão tolo pensei fosse minha
não lembrei que o seu dono é o mar

júlio

O VENTO


O vento é hóspede constante
maior viajante
que por aqui passa...
quando chega
me abraça
se sente em casa
repousa suas asas cansadas
sobre meu corpo em brasa...
Minha casa
não tem divisórias
todos os cantos
contam histórias
de amores para mim...

Minha casa é assim
janelas abertas
sem vidraças
portas escancaradas
para meu vôo sem fim

Cida Sousa