quarta-feira, 31 de março de 2010

COMO UM RIO

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Ser capaz, como um rio que leva sozinho
a canoa que se cansa, de servir de
caminho para a esperança.
E de lavar do límpido a mágoa da mancha,
como o rio que leva, e lava.

Crescer para entregar na distância calada
um poder de canção, como o rio
decifra o segredo do chão.

Se tempo é de descer, reter o dom da
força sem deixar de seguir.
E até mesmo sumir, para, subterrâneo,
aprender a voltar e cumprir, no seu curso,
o ofício de amar.

Como um rio, aceitar essas súbitas ondas
de águas impuras que afloram a escondida
verdade nas funduras.

Como um rio, que nasce de outros, saber seguir,
junto com outros sendo e noutros se prolongando
e construir o encontro com as águas
grandes do oceano sem fim.

Mudar em movimento, mas sem deixar de ser
o mesmo ser que muda.
Como um rio.

(Thiago de Mello)

terça-feira, 30 de março de 2010

NAS ASAS DA POESIA

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Enquanto houver estrelas
Enquanto houver luar
Embalados nas asas da poesia
Podemos sonhar...

Embarcamos neste sonho
Navegando com ilusão
Grandes vagas nos assombram
Arrastados pela correnteza
O intrépido vento a sibilar
O raivoso trovejar, lampeja
Trazendo a fria chuva a fustigar;

A tempestade findou...
O mar serenou...
Céu azul, mar anil...
Alegres gaivotas em revoadas
A brisa leve exala um perfume
Com suave fragrância
De primavera
De flores e de amores.

Aportamos em ancoradouro seguro
A vida com esperança
Desabrocha em nós...
Em cada flor
Em cada pássaro
Em cada amor...

Rita Camargo Caldas

segunda-feira, 29 de março de 2010

VIVER A VIDA

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A vida quando se propõe a vive-la
Não pode dela ter medo
Nem deixar que passe apenas os dias
Como folhas secas ao vento
Perdidas em algum lugar no tempo
Viver sem nada construir
E nem temer pelo que vai sofrer.

De cada momento se faz uma história
Que pode ou não concretizar
Que apenas pode ficar na memória
Mas que valeu a pena sonhar
Pois mesmo em sonho existiu.

Um dia certamente chegará
Que você para trás olhará e verá
Que, o que um dia lhe fez chorar
Foi um belo momento vivido
E que valeu a pena ter sentido.

Ataíde Lemos

domingo, 28 de março de 2010

PAGINA VIRADA:

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Manhã de chuva, nuvens densas,
Páramo, cinéreo, nostalgia,
O canto do pássaro aqui distante,
Anunciando um novo dia,

Folhas caídas, chão espesso,
Vento da noite de verão,
Árvores nuas, beleza não há,
Procuro respostas, sem encontrar,

Saudade, sentimento e dor,
Invade o peito sem piedade,
Alastra, queima e sufoca,
É brasa viva, crueldade,

Permeia os raios, a terra esquenta,
Folhas molhadas a secar,
Brisa suave das montanhas,
Acalenta minh’alma, ponho a sonhar,

Sonho de uma noite de verão,
Olhando as ondas do mar,
Noite que não volta mais,
Só me resta sonhar,

Página de uma vida,
Alegria, tristeza e ilusão,
Hoje, virada e esquecida,
Diário do meu coração.

Poeta Mineiro

sábado, 27 de março de 2010

SAUDADE...

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Do tempo que eu não tinha medo...
Das minhas noites tranqüilas,
Do dia chuvoso e nublado...
Ah... saudade! Por que me aniquilas?!...

Saudade
Da paz que nem eu sabia que tinha...
Do jardim colorido e molhado
Da rosa que era só minha,
Do beijo ingênuo e roubado!...

Saudade
Do sorriso alegre no rosto,
Dos olhos que ainda brilhavam!
Do cheiro, do toque e do gosto,
Dos lábios que se encontravam!...

Saudade
Das tuas mãos nas minhas,
Do abraço quente e apertado,
Do sino e das andorinhas,
Do amor eterno jurado!...

Ginna Gaiotti

sexta-feira, 26 de março de 2010

POEMA SIMPLES DE AMOR

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Minha vida é como um barco
um barco de pesca, não muito grande
navego a noite, sem conhecer o mar
mais tenho a lua que me acompanha onde eu vá.

Sei que em aguas turvas vou navegar
na vida não tem só aguas calmas
só aguas cristalinas, tem aguas sujas
barrentas que temos que atravessar.

E é nessas aguas sujas e barrentas que se aprende a navegar
em alguns portos eu atraquei mais não havia ninguém
em outros não consegui chegar,
hoje tem um porto que chego e me deixa atracar.

Meu porto de aguas claras e cristalinas
meu porto de braços aberto
meu porto seguro.

Eduardo Poisl

quinta-feira, 25 de março de 2010

EU PESCADOR

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Eu pescador que pesco por um instinto antigo
e procuro não sei se o peixe se o desconhecido
e lanço e recolho a linha e tantas vezes digo
sem o saber o nome proibido.

Eu de cana em punho escrevo o inesperado
e leio na corrente o poema de Heraclito
ou talvez o segredo irrevelado
que nunca em nenhum livro será escrito.

Eu pescador que tantas vezes faço
a mim mesmo a pergunta de Elsenor
e quais águas que passam sei que passo
sem saber resposta. Eu pescador.

Ou pecador que junto ao mar me purifico
lançando e recolhendo a linha e olhando alerta
o infinito e o finito e tantas vezes fico
como o último homem na praia deserta.

Eu pescador de cana e de caneta
que busco o peixe o verso o número revelador
e tantas vezes sou o último no planeta
de pé a perguntar. Eu pescador.

Eu pecador que nunca me confesso
senão pescando o que se vê e não se vê
e mais que o peixe quero aquele verso
que me responda ao quando ao quem ao quê.

Eu pescador que tragao em mim as tábuas
da lua e das marés e o último rumor
de um nome que alguém escreve sobre as águas
e nunca se repete. Eu pescador.

Oitavo Poema do Pescador In "Senhora das Tempestades"
Manuel Alegre

quarta-feira, 24 de março de 2010

MEUS SONHOS

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Parei as águas do meu sonho
para teu rosto se mirar.
Mas só a sombra dos meus olhos
ficou por cima, a procurar...

Os pássaros da madrugada
não têm coragem de cantar,
vendo o meu sonho interminável
e a esperança do meu olhar.

Procurei-te em vão pela terra,
perto do céu, por sobre o mar.
Se não chegas nem pelo sonho,
por que insisto em te imaginar ?

Quando vierem fechar meus olhos,
talvez não se deixem fechar.
Talvez pensem que o tempo volta,
e que vens, se o tempo voltar.

Cecília Meireles

terça-feira, 23 de março de 2010

A VARANDA DO VALE DOS SONHOS

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Da varanda admiro o vale dos sonhos
Observo a riqueza da vasta vegetação
Acompanho o cântico dos pássaros
Alimento poético para a minha inspiração

Da varanda vislumbro a quietude da lagoa
Aprecio sua mansidão em pacíficas águas
Pressinto a paz que acalma e renova
Nutrindo versos para os meus poemas

Da varanda visualizo a dança das borboletas
Estimo a leveza do bater de suas asas
Colorindo o sopro do vento com esperanças
Fortalecendo palavras para minhas rimas

Da varanda conecto a alma ao divino
Sinto o silêncio que habita a reflexão
Comungo com a natureza meus sentidos
Sustentando sentimentos para meu coração.


Tatiana Moreira

segunda-feira, 22 de março de 2010

284 ANOS DE FLORIANOPOLIS

FOTO PONTE HERCILIO LUZ
História da Cidade

Os primeiros habitantes de Florianópolis eram caçadores e coletores que por aqui deixaram uma importante fonte de informações sobre o seu modo de vida: os “sambaqui”.
Em seguida, registra-se a presença da etnia tupi-guarani. Vivendo de pesca, coleta e agricultura os tupi-guarani dominaram a região até o aparecimento do colonizador europeu.FOTO PESCADORES
Com a chegada dos portugueses, em 1514, Florianópolis foi inicialmente chamada de Ilha dos Patos e, em seguida, Ilha de Santa Catarina. Visitada por navegadores de diferentes nacionalidades ao longo do século XVII, a região teve o início de seu povoamento oficial em 1673, pelas mãos do bandeirante Francisco Dias Velho.FOTO CASARIO
Os bandeirantes juntamente com Francisco Dias Velho, fundaram a povoação de Nossa Senhora do Desterro. Para mantê-la, o governo português enviou aproximadamente 5 mil colonos saídos das ilhas dos Açores e Madeira.FOTO PESCADORES
Em meio às disputas territoriais entre Portugal e Espanha, em 1738, Desterro foi ocupada militarmente. A missão de defesa foi delegada ao Brigadeiro José da Silva Paes que, nomeado governador do Presídio em 1739, deu início à construção das fortalezas de São José da Ponta Grossa, Santa Cruz, Santo Antônio e Nossa Senhora da Conceição da Barra do Sul.SÃO JOSÉ DA PONTA GROSSA
Incentivados pela Coroa Portuguesa, os primeiros imigrantes açorianos chegaram à região em meados do século XVII. Provenientes do grupo central do Arquipélago dos Açores eles trouxeram consigo a agricultura, a manufatura de linho e algodão e uma cultura litorânea que marcou definitivamente o cenário local. Instalados inicialmente nas proximidades da Catedral, não tardaram a ganhar o continente para fundar as primeiras freguesias.FOTO IGREJA DO SUL DA ILHA
Em 1823, por decreto imperial, Desterro torna-se Capital da Província de Santa Catarina e, impulsionada pelos investimentos recebidos, viveu um período de crescimento e prosperidade.
Depois de passar por um período conturbado durante a Revolução Federalista, em 1º de outubro de 1894, Desterro passou a se chamar Florianópolis.FOTO LAGOA DA CONCEIÇÃO
PARABÉNS FLORIANOPOLIS QUE EU TANTO AMO

domingo, 21 de março de 2010

ESTRELAS DA PAIXÃO

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Antes que eu me transforme
em estrelas, destas que brilham no céu
fazendo o sonho dos amantes,
fazendo a noite mais noite...
.
Que eu seja antes um poema,
que descreve o brilho em seu brilho,
clarão por clarão...
e até os cometas, entram em rimas,
com tamanha paixão...
.
Antes que eu de mim me esqueça,
antes que eu seja a solidão,
que eu seja fogo e paixão,
na noite ou em qualquer estação...
.
Que eu seja o sentimento sublime,
que une com emoção...
sou estrela, sou poesia...
sou beleza e canção...
.
Faz de mim seu sonho encantado,
faz da noite uma lentidão,
que eu acorde ainda em teus braços...
.
Que eu clame uma repetição...
pois a noite é um tapete encantado...
feito de nossa união...
.
Betânia Uchôa

sábado, 20 de março de 2010

ESCREVER O MAR

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Até a folha em que escrevo chega o mar
com seu pulsar cheio de naufrágios
como meu coração.

E na folha, da mesma forma que na areia,
escreve seu segredo trêmulo
e sua canção.

Banha de nácar e cristal meu sonho
diurno e, se calo, escreve em meu silêncio
seu coração.

(Como em outro planeta canta um pássaro.
Quase humana, respira a manhã
de jasmim e limão.

Talvez sonhada ou recordada voa
como uma ferida azul a mariposa
com sua ilusão).

Em uma onda vem todo o mar
e ao pé deste poema se desfaz
como uma rosa que cantara.

Onde é mais só o mar
e mais largo e mais fundo e terno e feroz
é no meu coração.


Eduardo Carranza

sexta-feira, 19 de março de 2010

QUERIA . . .

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Queria falar do meu amor,
dos sonhos que tenho,
da tarde que agora vai,
do sol que se põe e da lua
que começa a surgir.
Queria fechar os olhos,
esquecer o relógio
me perder nas horas,
fugir do tempo e ficar assim,
contando as pétalas de uma flor amarela.
Bem me quer, mal me quer…
Queria falar da chuva que cai,
do vento que varre as folhas do chão,
das ondas encrispadas do mar,
do tempo que brinca com a solidão.
Queria, queria, queria…
Mas fiz-me doçura da pétala,
flor pequena em sua mão,
amor que acontece e se enraiza,
crescendo como flor no coração…

Sônia Schmorantz

quinta-feira, 18 de março de 2010

SUA MÃO

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A mão do meu suave amor é leve
como uma asa de pássaro a voar..
Tem todas essas curvas que descreve,
pelas areias úmidas, o mar...

De longe, às vezes, num adejo breve,
a alma me afaga, me afagando o olhar...
Mão que se cobre de um alvor de neve
se acaso tento os dedos seus beijar!

Ninguém diria que essa mão serena,
que tanta força tem, sendo pequena,
pode, num gesto de emoções febris,

mudar o curso das eternidades,
desmoronar impérios e cidades,
erguer montanhas.. me fazer feliz!

Onestaldo de Pennafort

quarta-feira, 17 de março de 2010

A POESIA QUE EU GOSTO

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A poesia que eu gosto
É aquela que não se esconde
E se fugir
Não vai ao longe
Ao contrário
Caminha junto ao coração
A poesia que eu gosto
Possui toque emocional
Jeito atestado
Sempre indo ao seu lado
O sorriso requisitado
A poesia que eu gosto
Tem palavras simples
Às vezes rima pobre
Mas quase sempre, gosto nobre!
Atiçando o paladar da ilusão
A poesia que eu gosto
Faz sonhar
Traz um não sei o que de mar
Tanto que o infinito dói no peito
Mesmo na mansidão do seu refrão
A poesia que eu gosto
Bem sei, vem de você!
Que não diria! Amei você
Já que o amor não diz porquê
Só ama
No eterno conjugar do presente
Neste nosso lindo alvorecer...

Gerson F. Filho

terça-feira, 16 de março de 2010

CONTÁGIO

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Feroz em nós uma paixão de novo
nos ameaça
nos faz vibrar, o sangue flui
sobe no rosto
de repente a gente fica
disposto a tudo
e tudo é pouco
não importa que essa loucura
não tenha alívio
a gente muda, respira de outro jeito
arfa no peito sempre uma pressa
sempre aquela vontade
sozinha fico metade
depressa me abraça, uma saudade
que dói, uma coisa que arrebenta
e não se agüenta mais.

A gente se entrega ao risco
arrisca a pele, perde o rumo
no prazer dessa desorientação
A gente quer explodir e não pode
quer se conter e não sabe
quer se livrar do jugo da paixão
mas não quer que ela acabe.


Bruna Lombardi