sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

FELIZ NATAL

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Hoje, de algum lugar.
Longe destas terras
Um olhar especial de alguém especial
De distantes origens
Um olhar de um justo coração
Que pulsa só a vida
Que sorri porque ama plenamente
Sem jugos, sem conceitos,
Sem prisões

Hoje como ontem
Longe destes céus
Há um encantado olhar só para você
Nesse olhar, nesse fitar.
Vai para você a magia da luz
A simplicidade do perdão
A força para comungar a vida
E a esperança
De dias mais radiantes de paz

Hoje, de algum lugar dentro de você.
Alguém que já o amou muito
E ainda o ama
Diz para você que valeu a pena
Ter estado nestas terras
Sob estes céus
Falando de união, paz, amor e perdão.
Só para você saber
Que hoje é Natal
E poder sentir a força
Que faz você sorrir
E continuar o caminho
Que um dia aquele doce olhar
Iniciou para você!


(Paulo Kronemberger).
DESEJO A TODOS OS MEUS AMIGOS E TAMBÉM PARA
OS QUE AQUI PASSAREM UM FELIZ NATAL COM
MUITO AMOR,PAZ, HARMONIA E SAÚDE

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

CANÇÃO




No desequilíbrio dos mares,
as proas giram sozinhas...
Numa das naves que afundaram
é que certamente tu vinhas.

Eu te esperei todos os séculos
sem desespero e sem desgosto,
e morri de infinitas mortes
guardando sempre o mesmo rosto

Quando as ondas te carregaram
meu olhos, entre águas e areias,
cegaram como os das estátuas,
a tudo quanto existe alheias.

Minhas mãos pararam sobre o ar
e endureceram junto ao vento,
e perderam a cor que tinham
e a lembrança do movimento.

E o sorriso que eu te levava
desprendeu-se e caiu de mim:
e só talvez ele ainda viva
dentro destas águas sem fim.


Cecilia Meireles

domingo, 4 de dezembro de 2011

MAIS NINGUÉM

Mais ninguém te vai amar…
Como eu te amo.

Caminho sem olhar para trás,
Na minha face correm lágrimas de maresia,
E o meu coração pinga sangue salgado de saudades,
Neste momento de partida para o tempo que nos separa.

Vem á memória o dia que te conheci,
Quando mergulhei no teu olhar de mar,
A minha alma se abria na pronuncia do teu nome,
Os meus lábios secavam de desejo dos teus.

Caminho sem olhar para trás,
Os sonhos voltam a marcar os meus passos,
Na distancia que falta percorrer para chegar ao mar,
Só o oceano de águas azuis da Praia da Leirosa,
Pode preencher a tua falta ao meu lado.

Outra despedida com vontade de voltar de novo,
A coberto de uma ventania de palavras num abraço único,
O sol quente testemunha do amor de dois amantes,
E o mar calmo poço dos nossos segredos.

Mais ninguém te vai amar…
Como eu te amo.

osaldanossapele.blogs.sapo.


terça-feira, 8 de novembro de 2011

PRIMAVERA - VERÃO

Ah! Primavera,...
reclame com o astro-rei
o profícuo dos versos.
Pois nem toda a culpa
é do perfume tardio das flores
ou do mar.
Culpe, se quiser,
o equador celeste
ou o colorido das cangas,...
onde o dourado proclama
ser bem mais que um palpite.
E quem me conhece sabe,...
até calço palavras;
mas se cismo poesia,
já não tardo verão.


Rita Costa

sábado, 29 de outubro de 2011

 Devolvo-te as flores que,
escondido enquanto a noite
enchia-se de estrelas
e tu de sonhos,
roubei de ti
para me perfumar,
Jardim Perfumado que és.
E agora,
já perfumado de deusas,
devolvo-as
com o néctar
que emprestei
das abelhas rainhas
e com os beijos meus,
cuja fórmula doce
aprendi com o beija-flor.
Devolvo-as sem mais nada.
Apenas
espero que o silêncio
acomode-se entre os vácuos das palavras
e os sentidos as transparentem

Oswaldo Antônio Begiato

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

SE PRECISAR DE MIM


Se precisar de mim
Grite meu nome ao vento,
Ele trará seu recado... 
Ouça uma música suave, 
Fecha os teus olhos e 
Sinta a carícia de um beijo... 
Mas, se não houver 
Vento ou música, 
Faça apenas uma oração 
Meu anjo se unirá ao teu, 
Para te por no colo e confortar. 
Se precisar de mim... 
Sinta o suave beijo que dança nos lábios 
Docemente sobre teu rosto.... 

Sônia Schmorantz
Fotos de Garopaba

sábado, 1 de outubro de 2011

SAUDADES ETERNA



Tu és a minha saudade!... - a minha rima!
Sofremos!...Estamos entre os mortais;
O tempo nos mata nas horas tais;
Nosso amor de eras sempre será sina!...

Enfim, nesta vida encontrei-te menina!
Não quero perde-la nunca mais!
Teu perfume está nos meus portais!
- Preciso de ti nesta berlinda!

Assim são os desígnios da natureza;
Mas tua ausência toca minha cabeça
Teu coração sabe o que estou sentindo...

Urge, nosso encontro sem alarde.
Não importa o tempo. Cedo ou muito tarde
Não sai da mente a tua imagem, sorrindo!...


Machado de Carlos
 

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A CONFIANÇA


Sem ti, a mente se afunda,
Minada em seus alicerces:
Feliz daquela em que exerces
Tua ascendência fecunda.

De quem te adota por guia
Quão segura a diretriz!
Sim! Feliz o que confia,
Feliz, três vezes feliz!

Mas, como o vidro, és frangível.
Não raro, a um gesto, a uma frase,
De chofre vai-se-te a base;
Cais, e, depois, é terrível.

O vidro quebrado corta
A mão que incauta o apertou...
Oh! como a confiança morta,
Coração, te retalhou!

Tudo falácia e quimera...
- Tem talvez sorte bendita
Esse que em nada acredita,
Nada esperou, nada espera.

Afonso Celso

sábado, 17 de setembro de 2011

COMO UM RIO



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Ser capaz, como um rio que leva sozinho
a canoa que se cansa, de servir de
caminho para a esperança.
E de lavar do límpido a mágoa da mancha,
como o rio que leva, e lava.

Crescer para entregar na distância calada
um poder de canção, como o rio
decifra o segredo do chão.

Se tempo é de descer, reter o dom da
força sem deixar de seguir.
E até mesmo sumir, para, subterrâneo,
aprender a voltar e cumprir, no seu curso,
o ofício de amar.

Como um rio, aceitar essas súbitas ondas
de águas impuras que afloram a escondida
verdade nas funduras.

Como um rio, que nasce de outros, saber seguir,
junto com outros sendo e noutros se prolongando
e construir o encontro com as águas
grandes do oceano sem fim.

Mudar em movimento, mas sem deixar de ser
o mesmo ser que muda.
Como um rio.

(Thiago de Mello)

terça-feira, 30 de agosto de 2011

UM BREVE OLHAR


Lá em cima, no ar
Sobre a monotonia destas casas
Sulcando, sereníssimas, os céus,
Abrem a larga rima das suas asas,
Lenços brancos do azul, dizendo adeus
Ao vento e ao mar.
Eu fico a vê-las
E meus olhos, de as verem, vão partindo
E fugindo com elas;
E a segui-las eu penso,
Enquanto o olhar no azul se espraia e prega,
Que há uma graça, que há um sonho imenso
Em tudo o que flutua e que navega…
Para onde se desterram as gaivotas,
Contra o vento vogando, altas e belas,
Essas voantes e pairantes frotas,
Essas vivas e alvas caravelas?
Vão para longe… E lá desaparecem,
Ao largo, por detrás do monte;
E os nossos olhos olham e entristecem
Com as vagas saudades que merecem
As coisas que se somem no horizonte!

Afonso Lopes Vieira

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A MINHA VIDA É


A minha vida é o mar o Abril a rua
O meu interior é uma atenção voltada para fora
O meu viver escuta
A frase que de coisa em coisa silabada
Grava no espaço e no tempo a sua escrita.

Não trago Deus em mim mas no mundo o procuro
Sabendo que o real o mostrará.

Não tenho explicações
Olho e confronto
E por método é nu meu pensamento
A terra o sol o vento o mar
São a minha biografia e são meu rosto.

Por isso não me peçam cartão de identidade
Pois nenhum outro senão o mundo tenho
Não me peçam opiniões nem entrevistas
Não me perguntem datas nem moradas
De tudo quanto vejo me acrescento.

E a hora da minha morte aflora lentamente
Cada dia preparada.

Sophia de Mello Breyner Andresen

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

ASSASSINATO DE UM POEMA


Um poema foi encontrado
morto
jogado numa poça de fonemas,
ratos roíam as vogais.
Não havia identificação,
não havia título,
ninguém sabe o autor.
Suspeita-se que não fora
acidental
mas que cada ferimento
tenha sido provocado
pelas mãos 
do frio, 
do mortal... 
Esquecimento.

Jorge Henrique da Silva Romero

terça-feira, 2 de agosto de 2011

GLÓRIA SALLES

“Da minha janela”
Quando o dia lânguido
se deita nos braços da noite
Apenas o ruído das mãos
quebra o silencio que reina
na penumbra branda.
E as estrelas nos olhos
são luzeiros que ofuscam
os entorpecidos crepúsculos.
No carrossel de delírios
brinco entre fantasias.
Aí meus cinzas são cores
vibrantes e intensas...
Doces momentos trazidos
pela fresca aragem.
Passeio nas veias da ilusão
encorpando a melodia que
leva meu pensamento.
Lanço-me inteira nas ruas
inventadas, onde os sonhos 
são ecos de verdades...
Da minha janela
tanta vida...

Glória Salles

segunda-feira, 25 de julho de 2011

FEITO NADA!

As trovas que saem de meu peito,
Às vezes saem caladas,
Feito porteiras fechadas,
Feito o vento que passa,
Feito parte da fumaça...

São fagulhas de minha alma,
Às vezes estrelas no céu,
Feito pétalas ao léu,
Feito grama de pastagem,
Feito essa aragem...

São as sombras de meu deserto,
Às vezes carinho e amor,
Feito rasgo sem pudor,
Feito paixão sertaneja,
Feito viola e cerveja...

São pedaços de um mosaico,
Às vezes riacho manso,
Feito sombra e descanso,
Feito o cego e a guia,
Feito verso e poesia.



Santaroza