quarta-feira, 13 de agosto de 2008



A chuva cai lá fora sem descanso
Vibrando grossas gotas na janela,
Parecendo alguém que chama de manso
Mas não sendo ninguém, só ela.

Sinto o conforto do meu quarto
Donde vejo a chuva cair,
Desvio a cortina e pelo espaço parto
Em busca de algo, apetece-me sair.

Corro à chuva e ao vento do dia
Molhada, enregelada mas lavada,
Corri por atalhos que dantes conhecia
E julguei poder voar, maravilhada.

A rua é larga mas curta como a vida
E eu corro, tento apanhá-la
Em busca do paraíso perdido
Eu danço com o céu e tento conquistá-la.

Viajo no mundo em busca do Sol
E tudo me fascina, oh mundo!
Procuro a alegria e beijo um girassol
Num lindo prado verdejante sem fundo.

Não quero regressar à terra chuvosa
Quero viver a alegria do sol,
Quero viver em paz e em terra mimosa
E de manhã ouvir o canto do rouxinol.

A chuva cai lá fora sem descanso
Vibrando grossas gotas no varandim
Parecendo alguém que chama de manso,
Parecendo alguém que chama por mim.

polen.blogs.sapo.pt/arquivo/2004_01.html

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