terça-feira, 16 de setembro de 2008

LINHAS QUE LHES ABREM OS TRILHOS


Dá-me as tuas mãos sem tempo
e deixa-me ler nelas as linhas que lhes abrem os trilhos tão teus...
Sinto, no sorriso dos teus olhos,
que sempre me soubeste no percorrer desses trilhos;
que sempre me sentiste caminhar nos passos
do encurtar das distâncias e do aconchegar das almas.
Sabias que a minha pele se vestiria do teu corpo
e que viajaria em movimentos ondulados de prazer,
por entre o éter e as sombras das estrelas,
como se ao ritmo de uma valsa lenta,
perdida na transcendência dos nossos braços, agora alados.
Sabias que ao redor dos nossos beijos
se formaria uma aura em tons de prata e luar;
e que de nós o suor escorreria em suaves gotas de orvalho fresco,
a adornar a madrugada e as margens
de um sonho que foi rio em nós!
Tu sabias!
E sentias que do rasgar das minhas entranhas
germirariam magnólias de pétalas de cetim do branco mais puro,
que te cobririam o peito no sabor dos
beijos-veludo e te saberiam a pedaços de mim...
Dá-me essas tuas mãos sem tempo...
faz delas viagem ao logo de mim
e deixa-me sentir nelas as linhas em que eu nasci,
porque eu sinto, no sorriso dos teus olhos,
que sempre me soubeste dentro de ti;
que sempre me sentiste a crescer mulher... assim!
Dá-me as tuas mãos sem tempo...
quero mostrar-te, nessas linhas, que foi sempre nelas que eu vivi!

Cris (Do Silêncio e da Pele)

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