domingo, 23 de novembro de 2008

De amor, não sabia...



E eu que imaginei saber do amor, o aroma, nada sabia de comunhão e profanos desejos.
Apenas, de longe, sentia esse arder que agora envolve meus sentidos
e a garganta que se tranca quando quer cantar.
O que sabia eu da ternura quente que faz dançar meus braços,
adiantando-se à tua chegada?
Nada, meu amor, nada.
Desconhecia esse desespero de saudade que adormece os relógios
e me submerge em agonias de espera.
Os sabores que guardo na boca, todos novos, mal os seguro,
nesta nova ânsia
de que venhas prová-los.
Meu canto, amor, só tem uma palavra:
o teu nome, em chamado de urgências.
Procuro teu cheiro nas flores que amo, nos livros, nas pedras.
Procuro-te nas noites e só em sonhos, encontro o beijo
que me desfaz em rosa cálida para sua boca
e deixa minha alma amarfanhada de noturnos e doces enleios.
E eu, que imaginei ter conhecido o amor!

Saramar Abrindo Janelas

Nenhum comentário: