sábado, 22 de novembro de 2008

É na solidão da noite


É na solidão da noite
Quando o olhar vaga incerto
Que me descubro em teu destino
É no silêncio da madrugada insone
Quando nada mais me chama
Que meu corpo te pronuncia
E meu coração confidencia a tua falta
É no deambular do pensamento
Que a minha saudade regressa a ti
E despido de todos os segredos
Meu corpo abraça a tua ausência
É no suspiro do amor que fulge
No meneio do desejo, sem qualquer receio
Na nudez do confessar-te tua
Que meu olhar te oferece ao meu sonho.

Pablo Neruda

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