quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Para Sempre


Amor de minhas entranhas,
morte viva,
em vão espero tua palavra escrita
e penso, com a flor que se murcha,
que se vivo sem mim quero perder-te.
O ar é imortal.
A pedra inerte
nem conhece a sombra
nem a evita.
Coração interior não necessita
o mel gelado que a lua verte.
Porém eu te sofri.
Rasguei-me as veias,
tigre e pomba, sobre tua cintura
em duelo de mordiscos e açucenas.
Enche, pois, de palavras minha loucura
ou deixa-me viver em minha serena
noite da alma para sempre escura.

(García Lorca)

Um comentário:

Sonia Schmorantz disse...

Intenso...quase triste... Mas é assim mesmo teu jeito. Está lindo tudo que postou aqui neste espaço, assim como no teu space.
Te amo