sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Posso esperar


Posso esperar
que seus lábios sintam
a falta dos meus
na embriaguez da alma
que chora
a presença de um querer
nos dias longos
e noites sem fim
Posso esperar
que seus olhos inquietos
me busquem
na imensidão dos céus
num sonho de amor
num desejo insano de querer
Posso esperar
que seu corpo busque o meu
nos mais loucos delírios
que sufocam gemidos
no desvario que revela frenesi
Posso esperar aflorar
o sorriso pacificado de quem
nos resíduos do tempo
já sem beira
busca implicitamente
um porto para ancorar
Posso esperar
que desperte da lassidão
que lhe devorou os melhores anos
percebendo assim, que
perdeu o controle da vida
na insensatez do repente e,
com o intento excêntrico
de se encontrar...
venha me procurar.
Posso esperar
Exauriu-se a pressa...
Posso esperar.

Elizabeth Misciasci

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