quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Sem sentidos
Eu, que tanto me sufoco em silêncios,
quisera ser dona de todas as palavras e,
num arranjo imprevisto e belo, dizer do meu amor.
Rosa ainda sem vento, quisera mover-me em você,
bailarina no seu compasso, em coleios, enlaces.
Minhas mãos tão quietas, depois de tantos gestos malogrados,
quedaram-se mudas.
Hoje, só possuo os sentidos toscos de quem sem nada viveu,
senão algumas lágrimas menos suaves
e ecos meio mortos em cômodos limpos,
onde cortinas tentam espiar pela janela se lá fora ainda há vida.
Por isso, não estranhe se por acaso, morrendo de amor em seus braços,
eu apenas consiga dizer: amo você.
Saramar
http://abrindojanelas.blogspot.com/
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Um comentário:
Lindo! Simplesmente maravilhoso este poema;)
onde cortinas tentam espiar pela janela se lá fora ainda há vida
Beijo terno
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