quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Chove


Chove, só Chove nesta Alma Cansada
e molha-se a terra seca, dura, castigada...
E Chove!
E lavam-se as ruas das lembranças,
as escadas dos sentimentos,
as vielas dos segredos, e chove...
Chove como há muito não chovia
Chove grosso...
E dá a terra, maciez...
e dá ao ar, umidade...
E Chove...
E lavam-se os montes de tristezas,
varre-se a casa suja das dores,
arruína-se o jardim repleto de ervas daninhas dos maus pensamentos,
e torna-se dilúvio.
E Chove. Apenas Chove. Só Chove.

©Priscila Lisboa

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