domingo, 28 de setembro de 2008

Deita-te agora


Deita-te agora, a meu lado, sobre o feno,
deixa que o incenso perfume os celeiros
onde adormecemos.

Toca o meu rosto voltado para cima,
como se procurasse no céu as carruagens de
cedro e ouro,
nos caminhos onde me perdi.

Traz-me o cântaro das tuas fontes.
Dá-me a beber a sua água porque os meus
lábios ardem.
Tenho sede.

É Verão, como sabes.
As cigarras eternizam a sua música de pianos
rudes,as rãs destroem a serenidade do lago.
Nunca te levantes; não me voltes as costas.


José Agostinho Baptista

Um comentário:

Sonia Schmorantz disse...

Lindo texto, imagem perfeita, parabéns amor, adoro vir aqui...
beijos