sábado, 4 de abril de 2009

Tempo fluvial


Se eu definisse o tempo como um rio,
a comparação levar-me-ia a tirar-te
de dentro da sua água, e a inventar-te
uma casa. Poria uma escada encostada
à parede, e sentar-te-ias num dos seus
degraus, lendo o livro da vida. Dir-te-ia:
«Não te apresses: também a água deste
rio é vagarosa, como o tempo que os
teus dedos suspendem, antes de virar
cada página.» Passam as nuvens no céu;
nascem e morrem as flores do campo;
partem e regressam as aves; e tu lês
o livro, como se o tempo tivesse parado,
e o rio não corresse pelos teus olhos.

Nuno Júdice

20 comentários:

Nanda Assis disse...

ai que gostoso isso.

bjosss...

Marta Vasil (pseud.de Rita Carrapato) disse...

Belo poema este de Júdice! Mais uma boa escolha.

Um resto de Domingo de muita alegria.

Beijinho

MV

FERNANDINHA & POEMAS disse...

BOM DOMINGO QUERIDO EDUARDO, BELÍSSIMO POEMA... ABRAÇOS DE AMIZADE,
FERNANDINHA

O mar me encanta completamente... disse...

Passando para a "manutenção" de nossa amizade!!
E tenha certeza que o faço com o maior carinho.
Hoje, quero só agradecer, pelo seu carinho,
por vc estar aqui , por estar na minha vida
e me deixar de alguma forma fazer parte da sua.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!
Sabe de uma coisa?
Sou feliz!
Porque abençoados os que possuem amigos.
Fica com Papai do céu, Eduardo.
Um final de domingo fantástico.
Meu carinho, sempre.

Arantza G. disse...

Comparar la vida con un río...Ideal.
Perfecta comparación. Me encanta.
Un beso.

AFRICA EM POESIA disse...

Eduardo
Bonito passar por aqui e ler ...poesia...
Um beijo e bom fim de semana...


Areia branca



Areia Branca
Areia fina
Branca e fina
E eu…
Sentada na praia…
Brinco com ela…
Ergo as mãos…
E abro os dedos…
Devagar…
Para te sentir…
Areia branca…
Deslizar calmamente
Pelos meus dedos…
E deixar-te desaparecer…
E vejo juntar-te …
A toda a imensidão…
De areia…
Que os meus olhos já viram…


Lili Laranjo

Mare Liberum disse...

Um poema lindíssimo de um algarvio que muito aprecio.
A imagem está muito bem escolhida.

Bem-hajas!

Um abraço

Bandys disse...

Passam as nuvens no céu;
nascem e morrem as flores do campo;
partem e regressam as aves; e tu lês
o livro, como se o tempo tivesse parado,
e o rio não corresse pelos teus olhos.


|Belo

beijos

Ana Gotz disse...

Que belo casamento entre texto e imagem...

ausenda hilário disse...

É um rio que corre nos meus olhos... nesta página onde tantos se espraiam, nas ondas das imagens e das palavras...!

Gosto! Gosto de verdade!

Um beijo

ETERNA APAIXONADA disse...

*****

Obrigada pela visita Eduardo, logo ao meu retorno.
Estar entre amigos novamente e sentir esse elo que une os blogs sensíveis à poesia, navegando por mares conhecidos, é muito bom!
E neste, em particular, tem ainda fotos lindas de sua cidade, a nos receber!
Gostei muito do seu post, trouxe uma mensagem metafórica interessante, acompanhada de bela imagem. Boa escolha!
Ah! Obrigada pelo poema deixado em meu blog!
Boa semana! Abraços.
Helô

*****

Anônimo disse...

Uma boa escolha do poeta e do poema que escolheste.

Os meus Parabéns, pela belíssima tela a condizer com os versos do Nuno Júdice.

Eduardo, beijo com amizade da

MV

Compondo o olhar ... disse...

como sempre, poemas maravilhosos vc tem para nos presentear... lindos!!!

brigadinha pela visita, volte sempre...

bjocas

Luiz Caio disse...

Olá Eduardo!

OBRIGADO!
TENHA VOCÊ TAMBÉM UMA ÓTIMA SEMANA!

Paulo disse...

Vaidade



A um grande poeta de Portugal



"Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade !


Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo ! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade !
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita !


Sonho que sou Alguém cá neste mundo ...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a Terra anda curvada !


E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho ... E não sou nada! ..."


(Florbela Espanca -Livro de mágoas (1919))




ABRAÇO
PAULO
PORTUGAL

Aníbal Duarte Raposo disse...

Olá Eduardo,

Lindo poema de um dos poetas contemporâneos da língua portuguesa que mais aprecio.

Bom domingo!

Abraço

Luísa disse...

Esta página para dois, tem paragrafos extensos de bom gosto!
Um belo post, mais um belo post!
Votos de uma boa semana!
Beijinho terno!

Valdemir Reis disse...

Olá maravilha de trabalho, cada vez que volto para olhar "UMA PAGINA PARA DOIS...", fico muito feliz! Que luz este blog passa, seu trabalho é ótimo, muito interessante! Belos versos, ótimo poema. Parabéns. São Francisco de Assis costumava dizer; "Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível." Por isso considero a vida uma oportunidade impar. Cada pessoa que passa em nossa vida não passa sozinha, por ser única, deixa um pedaço de si e leva um pedaço de nós. Encontrar-nos-emos sempre por aqui. Aguardo sua visita.Tb quero desejar um feliz domingo. Muito brilho, proteção, sucesso e paz. Fique com Deus.
Volte sempre!
Valdemi Reis

Mariana Silveira disse...

Suave, Singelo...
Um abraço.

Agulheta disse...

Eduardo. Belo este poema de (Judice)que partilhas-te e que gostei bastante,com a beleza da foto a enquadrar o cenário.
Beijinho