quarta-feira, 23 de setembro de 2009

QUANTO DE TI AMOR



Quanto de ti amor. Me possui no abraço
Em que de penetrar-te me senti perdido
No ter-te para sempre-
Quanto de Ter-te me possui em tudo
O que eu deseje ou veja não pensando em ti
No a braço a que me entrego-
Quanto de entrega é como um rosto aberto,

Sem olhos e sem boca, só expressão dorida
De quem é como a morte-
Quanto de morte recebi de ti,
Na pura perda de possuir-te em vão
De amor que nos traiu-
Quanta traição existe de possuir-se a gente

Sem conhecer que o corpo não conhece
Mais que o sentir-se noutro-
Quanto sentir-te e me sentires não foi
Senão o encontro eterno que nenhuma imagem
Jamais separará-
Quanto de separados viveremos noutros

Esse momento que nos mata para
Quem não nos seja e só-
Quanto de solidão é este estar-se em tudo
Como na ausência indestrutível que
Nos faz ser um no outro-
Quanto de vida consumimos pura

No horror e na miséria de, possuindo, sermos
A terra que outros pisam-
Oh meu amor, de ti,
por ti, e para ti,
Recebo gratamente como se recebe
Não a morte ou a vida, mas a descoberta
De nada haver onde um de nós não esteja

Jorge de Sena

8 comentários:

RETIRO do ÉDEN disse...

Verdadeiramente BELO.

Palvaras e fotos uma delícia.
Obga.
Mer

Victor Gil disse...

Amigo Eduardo.
Para variar e como sempre, execelentes imagens. Realmente teu sitio é maravilhoso. Parasidíaco.
Um abraço
Victor Gil

Luísa disse...

Quanto de mim gostaria de estar nesta vossa ilha!
Beijinho terno

Anônimo disse...

Eduardo

Esse poeta escreve muito, já li outros poemas dele e sça assim sempre intensos, densos , magníficos.
um abraço e bom final de semana.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Everson Russo disse...

Amor, profundo amor sempre em nossas vidas, abraços amigo e um belo dia pra ti.

Gabi disse...

Eduardo, que cantinho maravilho, uma ode à beleza. Beijo

gaivota disse...

lindíssimooooooooooooooooooooooo
parabéns
beijinhos