domingo, 18 de outubro de 2009

PAISAGEM VII

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Basta um pouco de dia nos olhos claros
como o fundo de uma água, e a raiva a invade,
a aspereza do fundo que o sol lamina.
A manhã que retorna e a encontra viva
não é tênue nem boa: perscruta-a fixa
entre as casas de pedra que o céu encerra.

Sai o corpo pequeno entre a sombra e o sol
como um lento animal, espreitando ao redor,
sem olhar para nada a não ser as cores.
Sombras vagas que vestem a estrada e o corpo
escurecem-lhe os olhos, meio entreabertos
como uma água, e nessa água transluz a sombra.

Os matizes refletem o céu tranquilo.
Mesmo o passo que pisa o lajedo, suave,
quase pisa nas coisas, como o sorriso
que as ignora e perpassa como água clara.
Dentro d'água ameaças furtivas escorrem.
Cada coisa do dia se crispa à idéia
de que a rua, sem ela, seria um vazio.

Cesare Pavese

6 comentários:

Marcia M. disse...

maravilhosas fotos eduardo e um belo poema para completa tenha um bom começo de semana!

SuEli disse...

BOA TARDE, Eduardo

Essa imagem lembrou-me da passagem em que Jesus chamava os pescadores e dizia para eles que iria torná-los pescadores de homens.

Valeu !

Um ótimo final de domingo e uma semana abençoada para todos,
Fiquem com Deus,
Abraços,

Anônimo disse...

Me senti navegando por esses mares, vendo essas paisagens tão bonitas. A poesia muito bela tambèm.

Abraços e excelente semana.

Meire Jorge disse...

..que bela maneira esse poeta tem de descrever simples detalhes....muito bom! Boa semana para você. Abços

ANTOLOGIA POÉTICA disse...

poema lindíssimo......Parabéns!

Uma semana de amor e paz prá voce.

gaivota disse...

lindo poema e lindas fotos, onde é essa praia dos ingleses?
beijinhos