quinta-feira, 13 de maio de 2010

HOUVE UM POEMA


Houve um poema, entre a alma e o universo.

Não há mais. Bebeu-o a noite, com seus lábios silenciosos.
Com seus olhos estrelados de muitos sonhos.
Houve um poema: Parecia perfeito.

Cada palavra em seu lugar,
como as pétalas nas flores e as tintas no arco-íris.
No centro, mensagem doce e intransmitida jamais.
Houve um poema: e era em mim que surgia, vagaroso.

Já não me lembro, e ainda me lembro.
As névoas da madrugada envolvem sua memória.
É uma tênue cinza. O coral do horizonte é um rastro de sua cor.

Derradeiro passo. Houve um poema.
Há esta saudade. Esta lágrima e este orvalho – simultâneos -
que caem dos olhos e do céu.

(Cecília Meireles)
 

5 comentários:

Marina-Emer disse...

precioso poema y no menos preiosas las fotografias,,hace mucho que no nos vemos,,ha sido un placer venir a saludarte
nu abrazo
Marina

O mar me encanta completamente... disse...

Linda escolha Eduardo.
Sempre vai haver um poema...
onde existir um coração sensivel e olhos que enxergam alem do se vê...

Beijinho de saudade.

Anônimo disse...

És precária e veloz, Felicidade.
Custas a vir e, quando vens, não te demoras.
Foste tu que ensinaste aos homens que havia tempo,
e, para te medir, se inventaram as horas.

Cecilia Meireles

Beijos de coração prá coração!! M@ria

Princesa do Mar disse...

Que poema tão lindo!!!!
Não conhecia este tesouro da Cecília!

Um abraço embrulhado em brisas de ternura

Sél disse...

O amor é o verdadeiro poema, escondido nas delicadas entrelinhas...
Cecilia Merireles sempre terna.
Abraços e boa semana Eduardo.