sábado, 28 de março de 2009

Mãos postas


Entrega-se ao dia que nasce, ouvindo
as aves que emergem da névoa com o seu canto;
e a maré de sensações que acompanha
a madrugada sobe pelo seu corpo,
submergindo o lodo dos sonhos
com a espuma luminosa do primeiro
sol. Mas reza ainda ao deus
que se perdeu na areia solitária
do tempo; e as suas pálpebras caídas
guardam as imagens que pertencem
à noite, como se precisasse delas,
ou como se esperasse que alguém abra
a janela, e lhe diga ao ouvido
as palavras limpas da bruma matinal,
libertando-lhe as mãos para o tecido
do amor.

Nuno Júdice

16 comentários:

Sonia Schmorantz disse...

Que maravilhosa escolha! Além da linda imagem, estas palavras são bálsamo e amor.
Um beijo, te amo

Nanda Assis disse...

ondas de sentimentos fluem deste cantinho.
bom domingo!!
bjosss...

Luísa disse...

Muito bonito este poema de Nuno Judice!
O desejo de todas as mulheres é que as mãos libertas para amar não enrudilhem a beleza da vida...
Mil sorrisos!

Anônimo disse...

Bom dia!
Desculpa a demora mas estou aqui para agradecer sua visita que me é muito importante!

Lindo domingo para vocês!
Ficam com Deus!

Paulo disse...

A palavra sempre demonstrando a ideia “de que mais forte do que tudo é o desejo de viver”. Como refere Nuno Júdice, no poema “Amor”:

«Um poema, dizes, em que/o amor se exprima, tudo/resumindo em palavras.//Mas o que fica/nas palavras/daquilo que se viveu?//Um pó de sílabas,/o ritmo pobre da/gramática, rimas sem nexo…/ »

Abraço

Nade T. disse...

Ah, o amor...
Céu azul,
Brisa suave,
Amanhecer,
Cheiro de chuva...
Vida!
Anos!
Tempo!

Estive um pouco ausente daqui, mas virei com mais frequencia, até porque adoro o seu blog!
Bjs e excelente domingo!

Arantza G. disse...

y sus párpados caídos guardan las imágenes que pertenecen a la noche,
Muy bello poema y este verso en particular me ha gustado.
Un beso.

Menino Dieke disse...

"Entrega-se ao dia que nasce, ouvindo as aves que emergem da névoa com o seu canto;"

é isso ai precisamos nos entregar as pequenas coisas que acontecem no nosso dia que muita das vezes não damos valor. não paramos pra sentir , ver como por exemplo o cantar dos passaros... belo o seu poema!!

Anônimo disse...

Grazie, mio diletto...!
Sono appassionata per tuoi blog...
Bacio e buonna domenica e settimana per te, anchè...,
Ana Lúcia.

Papoila disse...

belíssima a imagem escolhida para o lindo poema de Nuno Júdice.
Beijos

ausenda hilário disse...

As mãos...grande fonte de expressão!!!!

Imenso, Nuno Judice!

Abraço

Mariazita disse...

Fazendo de “pombo-correio”, e seguindo a lista de comentadores da Líria...venho entregar uma cartinha dela.

Beijinhos
Mariazita

Querida(o) amiga(o)
Vou viajar, viagem de fim de curso. Era minha intenção postar um poema, agora que estou de férias, mas não tenho hipótese, o tempo não dá mesmo.
Pedi à Mariazita para o fazer por mim. O poema fui eu que escolhi. É duma poetisa muito pouco conhecida, Maispa Luz, de cujos poemas gosto muito. Este é um dos meus preferidos. Ela escreveu um outro de que também gosto muito, uma conversa entre um feto (humano) e sua mãe. É lindo! Estive hesitante, mas optei por este. O outro fica para outra vez.
Vou deixar este “comunicado” com a Mariazita, que o fará chagar até você.
Espero divertir-me muito nesta viagem, e quando regressar encarar o terceiro período com toda a garra.
Obrigada pelas visitas e comentários sempre tão amorosos que faz ao Lírios. Eu não tenho colaborado, mas acompanho…
Um beijo de muito carinho
Líria.

o¤° SORRISO °¤o disse...

Oi Eduardo.

Lindo poema de Nuno Júdice. Bela escolha.

E na imagem, haja café... :-)

UMA EXCELENTE SEMANA PARA VOCÊ!!!

♥.·:*¨¨*:·.♥ Beijos mil! :-) ♥.·:*¨¨*:·.♥


http://brincandocomarte.blogspot.com/

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Ava disse...

Começar a semana com um lindo poema!
Bela escolha a sua!
Poema e imagem está maravilhoso!

Beijos e uma linda semana pra voce!

Mariana Silveira disse...

Estou sinceramente maravilhada.
Beijos.
Desejo-te uma ótima semana.

poetaeusou . . . disse...

*
grato
pelo nuno júdice
,
Podíamos saber um pouco mais
da vida.
Talvez não precisássemos de viver
tanto, quando só o que é preciso é saber que temos de viver.
,
in-nuno judice
,
*