
Quando eu entardecer,
não me clareies.
Quando eu anoitecer,
não me amanheças.
Se vires vou chover,
esconde o Sol.
Permite-me chorar em mi-bemol.
Quando eu calar a voz,
não me perscrutes.
Quando eu fechar os olhos,
não me cobres.
Quando eu não for mais jovem,
ah... a juventude...
Deixa-me aqui a querer decrepitude.
Quando, porém, o outono
me dê sinais
de que se vai partir
e o inverno vá
deixar-me logo a alma,
vem, corre, amor!
Esquece que houve, um dia, alguma dor.
Esquece a dor que afasta
todo acalanto;
escuta os passarinhos
que vêm trinar!
Vou-te esperar!
O amor em tudo espera,
e agora, ei-la de novo, a Primavera.
(João da Silva)
6 comentários:
Pois é meu amigo, sou a favor de "esquecer a dor que afasta" lindo isso!
Um beijo, e boa noite pra vc, CON
Muito bonito o poema...gostei da escolha como é habitual meu amigo!!
Voltei das minhas mini férias :)
beijinhos e uma otima semana
Gostei deste amor que se entrega na espera...da Primavera!
Bonito de se ler!
Um beijo
Que cresça esse Amor e desabroche na Primavera.
Beijo.
isa.
A suavida da vida, é que nos propõe o poeta, João da Silva, que na verdade mostra elegância.
Daniel
...quando eu desistir, mostra-me a caminhada percorrida, para ter vontade de continuar!
Lindo poema!Mais uma bela escolha!
Beijinho terno!
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