terça-feira, 14 de abril de 2009

De amores imaginados


Quando eu entardecer,
não me clareies.
Quando eu anoitecer,
não me amanheças.
Se vires vou chover,
esconde o Sol.
Permite-me chorar em mi-bemol.
Quando eu calar a voz,
não me perscrutes.
Quando eu fechar os olhos,
não me cobres.
Quando eu não for mais jovem,
ah... a juventude...
Deixa-me aqui a querer decrepitude.
Quando, porém, o outono
me dê sinais
de que se vai partir
e o inverno vá
deixar-me logo a alma,
vem, corre, amor!
Esquece que houve, um dia, alguma dor.
Esquece a dor que afasta
todo acalanto;
escuta os passarinhos
que vêm trinar!
Vou-te esperar!
O amor em tudo espera,
e agora, ei-la de novo, a Primavera.

(João da Silva)

6 comentários:

conduarte disse...

Pois é meu amigo, sou a favor de "esquecer a dor que afasta" lindo isso!

Um beijo, e boa noite pra vc, CON

Unknown disse...

Muito bonito o poema...gostei da escolha como é habitual meu amigo!!
Voltei das minhas mini férias :)

beijinhos e uma otima semana

ausenda hilário disse...

Gostei deste amor que se entrega na espera...da Primavera!

Bonito de se ler!

Um beijo

Anônimo disse...

Que cresça esse Amor e desabroche na Primavera.
Beijo.
isa.

Daniel Costa disse...

A suavida da vida, é que nos propõe o poeta, João da Silva, que na verdade mostra elegância.

Daniel

Luísa disse...

...quando eu desistir, mostra-me a caminhada percorrida, para ter vontade de continuar!

Lindo poema!Mais uma bela escolha!

Beijinho terno!