domingo, 7 de junho de 2009

À Beira de Água


Estive sempre sentado nesta pedra
escutando, por assim dizer, o silêncio.
Ou no lago cair um fiozinho de água.
O lago é o tanque daquela idade
em que não tinha o coração magoado.
(Porque o amor, perdoa dizê-lo,
dói tanto! Todo o amor.
Até o nosso,tão feito de privação.)
Estou onde sempre estive:
à beira de ser água.
Envelhecendo no rumor da bica
por onde corre apenas o silêncio.

Eugénio de Andrade
Foto Lagoa da Conceição
Eduardo Poisl

9 comentários:

Daniel Costa disse...

Eduardo

Um belo poema da lavra de mestre Eugénio de Andrade, escritor de enorme talento, pelo que nem saberia ter pensamentos menos bons.
Agradeço atenções.
Daniel

Gabriela Castro disse...

Realmente, o amor às vezes dói!
boa semana!
beijos

Fran disse...

Mto lindo o poema!

Tenha uma ótima semana qerido..

Bjinhs =D'

Agulheta disse...

Eduardo. O Eugénio de Andrade...adoro as suas palavras e pensamentos,e ficam bem nesta paz de águas mansas que são o teu blog.
Beijinho fica bem em paz.

Lisa

Jose Ramon Santana Vazquez disse...

...agua,tranquilidad,paz y rincon para vivir en la calma de la soledad compartida siempre, desde mi alma a la tuya jose ramon...---

Anabela disse...

Começar ou terminar o dia por aqui está a tornar-se um bom hábito
:)


Boa semana

Anônimo disse...

Sentar na pedra e escutar o silêncio!!
Isso é maravilhoso!

Carmem Dalmazo disse...

Vir a esta página repleta de poesia e bom gosto só faz bem...
Obrigada pelo carinho de sempre...tenha uma ótima semana!

Naila disse...
Este comentário foi removido pelo autor.