Desvio dos teus ombros o lençol
que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do Sol,
quando depois do Sol não vem mais nada...
Olho a roupa no chão: que tempestade!
há restos de ternura pelo meio,
como vultos perdidos na cidade
em que uma tempestade sobreveio...
Começas a vestir-te, lentamente,
e é ternura também que vou vestindo,
para enfrentar lá fora aquela gente
que da nossa ternura anda sorrindo...
Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós!
David Mourão Ferreira
3 comentários:
Obrigada,Amigo,por trazer David
Mourão Ferreira.
Poema lindo.
Boa semana.
Beijo.
isa.
David Mourâo Ferreira tem poemas muito bonitos. Este é um deles.
Gostei de o ver aqui...
Um dia feliz.
Beijinhos
Mariazita
Linda escolha... como é lindo aqui!!!
Beijinhos
Elida
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