segunda-feira, 4 de maio de 2009


Desvio dos teus ombros o lençol
que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do Sol,
quando depois do Sol não vem mais nada...

Olho a roupa no chão: que tempestade!
há restos de ternura pelo meio,
como vultos perdidos na cidade
em que uma tempestade sobreveio...

Começas a vestir-te, lentamente,
e é ternura também que vou vestindo,
para enfrentar lá fora aquela gente
que da nossa ternura anda sorrindo...

Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós!

David Mourão Ferreira

3 comentários:

Anônimo disse...

Obrigada,Amigo,por trazer David
Mourão Ferreira.
Poema lindo.
Boa semana.
Beijo.
isa.

Mariazita disse...

David Mourâo Ferreira tem poemas muito bonitos. Este é um deles.
Gostei de o ver aqui...

Um dia feliz.

Beijinhos
Mariazita

Li disse...

Linda escolha... como é lindo aqui!!!
Beijinhos
Elida