terça-feira, 20 de abril de 2010

MADRIGAL MELANCÓLICO


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O que eu adoro em ti
Não é sua beleza
A beleza é em nós que existe
A beleza é um conceito
E a beleza é triste
Não é triste em si
Mas pelo que há nela
De fragilidade e incerteza
O que eu adoro em ti
Não é a tua inteligência
Mas é o espírito sutil
Tão ágil e tão luminoso
Ave solta no céu matinal da montanha
Nem é tua ciência
Do coração dos homens e das coisas
O que eu adoro em ti
Não é a tua graça musical
Sucessiva e renovada a cada momento
Graça aérea como teu próprio momento
Graça que perturba e que satisfaz
O que eu adoro em ti
Não é a mãe que já perdi
E nem meu pai
O que eu adoro em tua natureza
Não é o profundo instinto matinal
Em teu flanco aberto como uma ferida
Nem a tua pureza. Nem a tua impureza
O que adoro em ti lastima-me e consola-me
O que eu adoro em ti é a vida!

Manuel Bandeira

7 comentários:

:.tossan® disse...

Deve ser o mistério! Poema de Bandeira é genial! Tuas fotos também. Aparece lá. Abraço

Nanda Assis disse...

amo estas imagens do seu blog.

bjosss...

Ana Maria disse...

As fotos são maravilhosas!
Amigo querido, tenha um ótimo feriado!
Beijinhos de luz!

Emilene Lopes disse...

Manuel Bandeira, tudo de bom...
Lindas fotos!
Bjs
Mila

Anônimo disse...

Olá amigo........Tudo bem contigo?

O rio é a mistura de pequenos encontros. Eu sou feito de águas, muitas águas. Também recebo afluentes e com eles me transformo.

Pe Fábio de Melo

Feliz FDS....M@ria

laranjinha disse...

Olá.
Por aqui tudo muito bonito!
Parabéns!
Beijinho

Anônimo disse...

Maravilhosas as suas fotos.
O q enriquece a alma são os gestos...Mas a beleza em alguns momentos é o foco principal deixando para trás o q realmente é significativo...(uma pena)
Adorei o seu poema.Parabéns.
Beijo grande.