terça-feira, 2 de agosto de 2011

GLÓRIA SALLES

“Da minha janela”
Quando o dia lânguido
se deita nos braços da noite
Apenas o ruído das mãos
quebra o silencio que reina
na penumbra branda.
E as estrelas nos olhos
são luzeiros que ofuscam
os entorpecidos crepúsculos.
No carrossel de delírios
brinco entre fantasias.
Aí meus cinzas são cores
vibrantes e intensas...
Doces momentos trazidos
pela fresca aragem.
Passeio nas veias da ilusão
encorpando a melodia que
leva meu pensamento.
Lanço-me inteira nas ruas
inventadas, onde os sonhos 
são ecos de verdades...
Da minha janela
tanta vida...

Glória Salles

segunda-feira, 25 de julho de 2011

FEITO NADA!

As trovas que saem de meu peito,
Às vezes saem caladas,
Feito porteiras fechadas,
Feito o vento que passa,
Feito parte da fumaça...

São fagulhas de minha alma,
Às vezes estrelas no céu,
Feito pétalas ao léu,
Feito grama de pastagem,
Feito essa aragem...

São as sombras de meu deserto,
Às vezes carinho e amor,
Feito rasgo sem pudor,
Feito paixão sertaneja,
Feito viola e cerveja...

São pedaços de um mosaico,
Às vezes riacho manso,
Feito sombra e descanso,
Feito o cego e a guia,
Feito verso e poesia.



Santaroza

segunda-feira, 11 de julho de 2011

A DOCE DANÇA DO TEMPO

Segure minha mão com firmeza,
mas com carinho.
Olhe nos meus olhos bem fundo
enquanto eu te olho
no fundo dos seus olhos.
Enxergue minha alma
enquanto traduzo seus sonhos
e deixe que a gente flutue
bem juntos em uma só energia.
Vamos dançar juntos
como se voássemos
em uma nuvem exclusiva toda nossa.
E enquanto dançamos,
eu te beijo
e você me beija
e a essa altura
já não sou eu, nem você
Somos nós dois, em um apenas.
Dois seres, dois corpos,
um sentimento,
uma dança,
uma alma única.


(Carlos Drummond de Andrade)

sábado, 25 de junho de 2011

ANTES DE IR


Antes de ir...Beije-me!
Quero levar comigo teu gosto
E sentir tua presença onde eu for
Antes de ir...
Diga que me ama!
Quero saber o quanto de mim
Ficou em você
Antes de ir...
Olhe em meus olhos!
Quero que saibas
Que onde eu estiver...
Você estará
Porque vives dentro de mim.



DESIREÉ


segunda-feira, 20 de junho de 2011

O tempo se esfumaça
na janela em que se espreita a vida.
O alaranjado entardecer traz nostalgia
como se a vida também desaparecesse
com o sol ao final de cada dia.
Não se vive uma história sem amor
Não se faz um caminho sem coragem
Não se passa os dias em branco.
Há em cada dia uma chegada e uma partida,
coisas que estão além do bem e além do mal.
Cada dia tem sua dose de ironia e de amor
sua dose de rotina e sua dose de humor,
mas quando chega ao final morrem com ele
tudo que se passou, morremos nós.
Ficam as lembranças do que marcou,
o resto fica num labirinto de imagens,
engavetados na memória, sem uso...
Cada dia amanhece e anoitece à mesma hora,
cada um com seu destino ou desatino,
entre um e outro há o tempo que não volta.
O tempo parece brincar entre acasos e ocasos,
dias compridos, coisas novas e coisas velhas.
Depois desarruma tudo e vai embora...

Sônia Schmorantz

terça-feira, 7 de junho de 2011

ÉS MINHA MUSA

A chama que aquece meus versos,

o sorriso de minha poesia,
o calor de meus poemas...

És a inspiração que dormia,
a realidade de meus sonhos,
os sonhos de minha mocidade.

E vou descalço pelo caminho,
sentindo o cheiro da terra molhada
com a lembrança tu, minha amada!
E uns versos cantando sem pensar em mais nada...

Quando sentires o perfume do campo,
entrando pela sua janela,
será minha canção mais bela
sonhando com sua chegada...

Mando Mago Poeta


quinta-feira, 2 de junho de 2011

SINGULARIDADES

Não deixei de amar. Nunca deixo.

Muito pelo contrário: aprendi a amar
todas as coisas bobas que desabrocham
no meio do caminho.

Coisas que ficam, fazem poesias,
pregam surpresas nos dias e que nunca,
nunca vão embora.

Essas singularidades desmedidas
que acreditam que mesmo assim pequenina,
a dor também vem para colaborar com a permanência
de outras, também coisas.

Porque as minhas mãos não conseguem tocar o mundo sozinhas
quando os olhos (que ainda são os mesmos) mudam as lentes
e preparam novos horizontes, novos mares e voos...

Sou do tempo do: navegar é mais do que preciso apesar da escassez
das ondas e dos eventuais bons pensamentos que esquecemos de soprar.

Priscila Rôde

sexta-feira, 27 de maio de 2011

PERDOE- ME


Perdoe-me se não posso ser tudo
se fui tão pouco para você
Perdoe-me se me enterrei em seu mundo
tentando aos poucos não transparecer
Perdoe-me se fui leviana
se nao me entreguei
Perdoe-me se fui profana
se em algum momento escorreguei
Perdoe-me se não lhe amei como devia
se não fui digna de seu amor
Perdoe-me por toda via
por te fazer sentir essa dor
Perdoe-me, pois perfeita sei que não sou
dos mil defeitos você todos conheceu
Perdoe-me, nada mais aqui me restou
em todo o tempo fui simplesmente eu
Perdoe-me pelas lagrimas 
e pelos sorrisos também
Perdoe-me pelas lástimas
e das vezes que lhe tratei com desdém
Pedoe-me por ser assim
errei na esperança de acertar
Perdoe-me enfim
no fundo eu só quis te amar.

By: Bruna Barbosa

quinta-feira, 19 de maio de 2011

DE UM AMOR PROMETIDO

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Afago-me deste teu amor
Que na mente te veste,
Que te ampara e te domina.
Deste amor que é puro
Por desejos e por paixão!...

Não sabeis do que tu és
Apenas tudo que me deste.
O que me deixaste cravina
No meu peito tão seguro
A prender-te o coração!...

Foi assim o prometido...
Ao olhar-te nos olhos senti
Quanta ternura há em ti
Quanto amor, quanto amor!

Na tua candura que é pura
Dentro dos teus sorrisos
Nos teus olhares a face eleita
Sinta-te em mim segura
Tão perfeita, tão perfeita!

Por um tanto irei te amar
Como nunca no coração
Farei de ti o meu luar
Da tua luz minha paixão!


(Poeta- Dolandmay)

sábado, 7 de maio de 2011

POEMA DE SANDRA ANDRADE




Na ternura do teu olhar,
Vi todos os meus sonhos se realizando,
Como se o sonho, não fosse sonho,
Apenas sim, uma realidade.
Na ternura de teu sorriso.
Eu vi a flor se abrindo,
Vi também seu sorriso,
Desabrochando depois da dor.
Na ternura de teus beijos
Eu senti o sabor de amar alguém, o sabor de viver...
Na ternura de teu corpo, eu senti o calor carinhoso,
De aquecer a alma ferida!
Na ternura de tuas mãos,
Eu pude sentir a umidade da sensualidade humana.
Na ternura de sua voz suave, eu percebi que a vida,
Não se vive só de palavras arrogantes e sim de palavras doces.
Na ternura da noite,
Eu pude apreciar a alegria da fantasia sonhando com você!
Na ternura de um amanhecer,
Eu observei a beleza do orvalho.
Sobre a rosa, ainda tão pequenina e pura,
Como se fosse se perfume.
Na ternura da chuva, eu ouvi a cantiga molhada,
E linda em meu coração,
Que um dia por engano eu confundi com o meu pranto.
Na ternura da aurora, eu pude ouvir o canto suave da lua,
Se despedindo do sol.

(escrito por Sandra Andrade)
http://sandraregina7.blogspot.com/
http://sandraandradeendy.blogspot.com/

quarta-feira, 27 de abril de 2011

A PONTE

Meu amor disse-te um dia
que a ponte é uma passagem,
era tudo o que sentia
do que hoje é uma miragem.
*
Passavas a ponte de sorriso
lindo era o teu olhar,
sentia-me no paraíso
sem ter que te amar.
*
Este é um segredo guardado
a morte leve quem o conte,
já não estarei do outro lado 
quando voltares a passar a ponte. 

http://osaldanossapele.blogs.sapo.pt/

quarta-feira, 20 de abril de 2011

ESCREVO- TE

Escrevo-te, para quebrar a solidão dos meus dias, 
para espantar a solidão das minhas noites, 
abraçada nesse mar de estrelas que entra pela janela. 
Escrevo-te na busca da perfeição, 
na onda distante que a alma agita, 
como um poema sem rima. 
Escrevo-te porque hoje me deixaste só, 
sem a luz que ilumina a minha alma ainda triste, 
a companhia que na distância procuro.
Escrevo-te, embora te sintas magoado comigo, 
escrevo-te simplesmente por instinto,
pelo sabor que provo no vento, pois tem teu gosto quando que me toca.
Escrevo-te para que saiba que, mesmo em silêncio, 
desenho-te sabendo-te de cor, 
como se ainda não tivesse desistido de mim.
Desistido de me entender e de me amar.
Escrevo-te inventando gestos e carinhos,
para que sejas real nos sonhos 
da noite que não consegui dormir, e, 
escrevo-te, mesmo sabendo que já não me sentes, 
ainda assim te escrevo, 
com todas as fantasias que conheço, 
buscando em cada palavra pedir perdão,
perdão pelas minhas ausências, 
pelas minhas ansiedades,
por não ter sabido demonstrar o amor que sempre tive.




terça-feira, 12 de abril de 2011

PATRICIA NEME - SOLITUDINE


Clique nas fotos para ver no tamanho real


SIM?

Eu quero o teu sorriso nos meus olhos
e a cor do meu desejo no teu rosto.
O teu pensar guardado em meus cabelos,
minh'alma em teu cantar, ao mundo exposto.

Eu quero o meu silêncio no teu riso,
teu coração pulsando no meu peito;
nossos murmúrios soltos no infinito...
E a lua se aninhando em nosso leito.

Quero sentir no corpo o teu afago,
tu'alma aconchegada em meu carinho;
eu quero em nós a paz das borboletas...
E o amor a nos ninar, bem de mansinho.

Em ti quero sentir a eternidade,
que em mim ancores dores do passado;
e quando esta existência tiver fim...
Que nós a terminemos lado a lado.

Se o céu, ao meu desejo, diz amém?
Dirá, se assim quiseres tu também!

- Patricia Neme - 
http://patsolitudine.blogspot.com/

quarta-feira, 6 de abril de 2011

AMO

Amo olhar o imenso areal parado no tempo,
Gaivotas sobrevoando, asas largas debatendo,
riscando o céu em vôos ignorados...
Amo os pássaros que semeiam cantos,
que vem em bandos, depois partem não sei para onde.
Mas deixam a paz e aos ouvidos o insistente canto.
Amo o som do mar, alegria vadia a invadir a areia,
passando, fluindo, cantando, sem parar...
Amo abraçar o vento, leve como o pensamento,
carregar conchas e sonhos, pensar que aqui sou feliz.
Se o tempo pesa nos ombros, confesso minha exaustão,
mas faço um novo poema para divertir a tristeza,
no final das contas a vida é boa e sonhos...bem,
sonhos são feitos para serem sonhados à toa...