domingo, 30 de novembro de 2008



Ontem beijaste-me.
E mais uma vez o meu corpo reconheceu
que a tua boca nasceu para me beijar.
Cada toque da tua boca em mim fez nascer um rio de vida.
De uma vida doce, sensual, quente e cheia de desejos.
De uma vida amarga, proibida e necessária.
Necessária sim,
Porque faz de mim um homem.
Quantas vezes esqueço que tenho desejos,
Ânsias e loucuras.
Quantas vezes o meu corpo desperta
E, louco, adormeço, sem sonhar…
Quantas vezes o sonho, teimoso,
Desperta o rio que jaz em mim,
Ansioso por percorrer o corpo, que
Te deseja, que esquecido, não te
Esquece.
A tua língua, voraz, molhada, quente,
Atrevida, doce, misturada pelo café que
Partilhamos, pelo cigarro que fumamos,
Pela língua que lambeste e mamaste,
Deixando-me sedento de ti,
Ontem beijei-te, sôfrego, sequioso de ti,
Do teu sal, da tua pele morena, que em
Saudades recordo,
Lambi-te,
Mamei-te,
Bebi a tua saliva, saboreei o teu
Gosto, delineei-te os lábios, recordando
O caminho que sonhei, que vivi, que
Amei.
Sim.
Amei.
Talvez ainda ame…
Ontem beijámo-nos.
Amantes proibidos.
Ontem fomos livres.


efeneto*


Quando chega a noite
o ar cheira a pele...
Aromas de vida,
batimentos do meu peito
encadeado ao teu...
Sinto...
como os teus sentidos
se atam aos meus...
Quando a noite chega
brilhantes astros
tremem no firmamento
do nosso céu...
Cintilam...
invejando o toque de fogo,
com que o Teu olhar
faz Amor...
com o Meu...

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Uma capela
nos braços do mar
qual farol, quadro de luz,
pintado a paixão...
Testemunha cúmplice
do amor que nos une...
um ao outro.
Eternidade infinita
desse momento
gritante de sensações,
num encontro
de vontades fervilhantes
que nos enche a alma...
e nos leva para longe,
dentro de nós...

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ENTRE O MAR E AS ESTRELAS



Não deixo de pensar nos teus beijos e abraços,
Quem sou eu na estrutura da tua vida?
Que aroma derramas na minha alma,
Sinto e respiro o teu amor…
Na espera, aqui, na noite calma.
Entre o mar e as estrelas,
As nuvens formam o teu nome,
A única coisa que sei é que te amo,
És metade da minha vida…
A única mulher para mim.
Coloquei o tempo nas tuas mãos,
Pedaço de vida que tenho junto a ti,
Meu amor impossível, invisível, irresistível,
Mulher verdade a quem escrevo estas letras,
Sem o teu amor não sou nada…


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De amores imaginados


Quando eu entardecer,
não me clareies.
Quando eu anoitecer,
não me amanheças.
Se vires vou chover,
esconde o Sol.
Permite-me chorar em mi-bemol.
Quando eu calar a voz,
não me perscrutes.
Quando eu fechar os olhos,
não me cobres.
Quando eu não for mais jovem,
ah... a juventude...
Deixa-me aqui a querer decrepitude.
Quando, porém, o outono
me dê sinais
de que se vai partir
e o inverno vá
deixar-me logo a alma,
vem, corre, amor!
Esquece que houve, um dia, alguma dor.
Esquece a dor que afasta
todo acalanto;
escuta os passarinhos
que vêm trinar!
Vou-te esperar!
O amor em tudo espera,
e agora, ei-la de novo, a Primavera.

(João da Silva)

A MULHER


Uma mulher que é feita de música,
luar e sentimento...
Vinícius de Moraes
A mulher é construção.
Um ser em busca da perfeição,
da harmonia, do equilíbrio.
A mulher é renascimento.
Seus dias são de luta sobre os destroços
do mundo que torna a fazer todas as manhãs,
com voz doce e olhos de poesia.
A mulher é deusa.
Há nela todas as faces da Terra,
seus contornos e recônditas florestas,
seus vales e montanhas,
seus poros e planícies,
seus pêlos e sua quente umidade,
berço e poço de prazer,
cornucópia de frutos,
doadora da vida,
mãe de todas as vidas.
A mulher é musa.
Os poetas cantam interminavelmente sua beleza,
o mistério do seu coração, a maciez da sua carne,
os seus seios de nutrir e encantar
e sua boca de sempre perdoar e dizer sim.
A mulher é o princípio, o meio e o fim
e tece a vida com a doação de sua beleza,
com o sangue e as lágrimas e o mais imenso amor.

Saramar
http://abrindojanelas.blogspot

sábado, 29 de novembro de 2008



Falaste comigo…
Ouvi o teu coração de mulher
A alma por vezes é assim,
A saudade é quem lhe dá instruções
E tu vieste saber do mar.

Falaste comigo…
Um momento que me levou a olhar o céu,
Uma lembrança para o resto dos meus passos,
Deixei que caíssem umas lágrimas minhas
Pingos salgados de nostalgia da praia.

Falaste comigo…
Quando eu pensava em ti
Junto do mar sentado na areia da Leirosa,
Falava na saudade de voltar ver os teus olhos,
Sem saber qual a cor do teu olhar.


osaldanossapele

Dar Flores são beijos



Embalei a Primavera nos meus braços
Floriram lindas flores por todos os lados
Madressilvas e heras formaram grandes laços
E meus sentidos ficaram perfumados

Rosas amarelas olharam para mim
Vestidas de seda dançaram sorrindo
Papoilas alegres gargalharam sem fim
E meus braços aos poucos foram-se abrindo

Corri pelos campos com a Primavera
Colhi as flores que fui encontrando
Fiz lindos ramos cheios de quimera
E fui oferecer a quem estava chorando

Do encantamento que tive acordei
Se fosse real aquela grandeza
Dar flores são os beijos mais puros e sei
Que nesta vida haveria muito mais beleza


Autora: Maria do Céu Oliveira

MEU SOL



Meu sol – nascente
das boreais auroras
leva-me ao pôr-do-sol
o lusco-fusco dos amantes,
embrulha a nortada da manhã
nos purpúreos reflexos do ocaso,
fecundando o contorno da volúpia
em delírios sufocados por poemas,
enfarta-me no festim das loucuras
nas desprendidas belezas ofertadas,
onde mergulho o secreto despertar
na fronteira desvairada que há em ti,


poema-fotos-video:poetaeusou

Lágrima de Amor



Eu sou como a onda que não tem sossego
E levo esta vida cheia de tormentos
Esmago-me de encontro aos rochedos
Gritando assim os meus sofrimentos

Nas longas noites enluaradas
Embalada pelo cantar da sereia
Recordo bonitos contos de fadas
Sou a onda a espreguiçar-se na areia

E a gota de água que das ondas sai
E em noites tristes a deixo rolar
Qual lágrima chorada por minha mãe
Que vai juntar-se à imensidão do mar



Autora: Maria do Céu Oliveira

sexta-feira, 28 de novembro de 2008



Não podemos fazer grandes coisas na Terra.
Tudo o que podemos fazer são pequenas coisas com muito amor.
Para manter uma lamparina ardendo, você tem que colocar óleo nela.
Quando descanso? Descanso no amor.
O amor é a fruta da época de todas as estações e está ao alcance de cada mão.
Qualquer um pode colhê-lo, sem limites estabelecidos.
Tem sempre presente que a pele se enruga, que o cabelo se torna branco, que os dias se convertem em anos, mas o mais importante não muda!
Tua força interior e tuas convicções não têm idade.
A todos os que sofrem e estão sós, daí sempre um sorriso de alegria.
Não lhes proporciones apenas os vossos cuidados, mas também o vosso coração.
Atrás de cada linha de chegada há uma de partida.
Atrás de cada triunfo há outro desafio.
Enquanto estiveres vivo sente-te vivo.
Temos de ir à procura das pessoas, porque podem ter fome de pão ou de amizade.
Teu espírito é o espanador de qualquer teia de aranha.
Se sentes saudades do que fazias torna a fazê-lo.
Continue apesar de todos esperarem que abandones:
não deixes que se enferruje o ferro que há em ti.
Não devemos permitir que alguém saia de nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz.
As palavras de amizade e conforto podem ser curtas e sucintas, mas o seu eco é infindável.
Um coração feliz é o resultado inevitável de um coração ardente de amor.
Quando pelos anos não consigas correr... trota.
Quando não possas trotar... caminha.
Quando não possas caminhar... usa bengala.
Mas nunca te detenhas.

(Madre Teresa de Calcutá)

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Estranho furto



Na noite silenciosa e azulada
No pousar do orvalho sobre as ramagens,
Durante o repouso sereno das aves
E no desabrochar das damas da noite,
Quero roubar teus sentidos a mão armada,
Assaltar teu corpo e recolher teus sentimentos,
Como larápia discípula de cupido!
Quero pegar-te desarmado
Numa hora qualquer desta noite.
Amanhã, não importa! ...
Quero que teu coração se surpreenda,
Se assuste e me prenda em teus afetos.
Depois, no calabouço dos gemidos,
O tilintar das correntes partindo
No auge dos apertos e abraços sôfregos...
Passarei a vida na cadeia das quimeras,
E nas grades deste grande amor,
Narrando a história de um estranho furto,
Entre um homem tímido e uma mulher apaixonada.


Ruth Souza Saleme

Coisa amar



Contar-te longamente as perigosas
coisas do mar. Contar-te o amor ardente
e as ilhas que só há no verbo amar.
Contar-te longamente longamente.

Amor ardente. Amor ardente. E mar.
Contar-te longamente as misteriosas
maravilhas do verbo navegar.
E mar. Amar: as coisas perigosas.

Contar-te longamente que já foi
num tempo doce coisa amar. E mar.
Contar-te logamente como doi

desembarcar nas ilhas misteriosas.
Contar-te o mar ardente e o verbo amar.
E longamente as coisas perigosas

Manuel Alegre

Amor, Amar



Amar é respeitar,
É confiar, é saber aceitar até mesmo o que não se gosta,
É valorizar, é criticar,
Sim...
Também se chora por amar,
Também se sofre por amor...
É “dar o sangue”
È dar, sem que o objetivo disso seja o “receber”...
É deixar quem se ama te amar da maneira que se pode,
E não da que se quer,
Sem se cobrar como e com quê intensidade...
É sentir a alma
É absorver o espírito,
É sentir a falta,
Mas nunca, nunca, morrer pela falta...
Porque o amor, acima de qualquer coisa,
È vida.

Daniel Marchesi de Camargo Neves

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

EMBRIAGUÊS



Abre-se-me um rio no peito aberto
A noite afaga-me a pele e o olhar
O silêncio mantém-me assim, demasiadamente perto
Embalo-me embriagado, deixo-me cansar

Rebolo-me em lágrimas e emoções de viver
Em palavras e ternuras e beijos e mais tudo e saudades
Corrente de mim sempre em turbilhão
Marés sonhos fomes saltos medo de te perder
Cantigas risos mãos passos fogo e tempestades
Que de tudo sou eu em fonte de inquietação

Abre-se-me um rio simplesmente
Que ao abrir logo nasce, corre e desagua
Por entre as margens feitas do abraço quente
De me fazer teu e de me fazeres tua


http://daspalavrasquenosunem.blogspot.com/

E por amor



Talvez não ser,
é ser sem que tu sejas,
sem que vás cortando
o meio dia com uma
flor azul,
sem que caminhes mais tarde
pela névoa e pelos tijolos,
sem essa luz que levas na mão
que, talvez, outros não verão dourada,
que talvez ninguém
soube que crescia
como a origem vermelha da rosa,
sem que sejas, enfim,
sem que viesses brusca, incitante
conhecer a minha vida,
rajada de roseira,
trigo do vento,

E desde então, sou porque tu és
E desde então és
sou e somos...
E por amor
Serei... Serás...Seremos...

Pablo Neruda

Olhar Atrevido



Esse teu olhar devorador,
Provocante, atrevido...
Me deixa meio sem jeito,
Como se estivesse nu,
Completamente despido!
Quando me olhas de cima abaixo,
Posso até ler teus pensamentos,
Entender tua imaginação,
Teus lampejos.
Sentir o fulgor
Que me leva ao descontrole
E ao louco desejo
De arder nas chamas de teus beijos
Para me derreter em suor
Abrasado pelas labaredas
Desse fogo de paixão e de amor!

Walter Pereira Pimentel

terça-feira, 25 de novembro de 2008

AS BORBOLETAS.


Muitas vezes, passamos um longo tempo de nossas vidas
correndo desesperadamente atrás de algo que
desejamos, seja um amor, um emprego, uma amizade,
uma casa, etc.
Muitas vezes, a vida usa de símbolos, acontecimentos que
são sinais para que possamos entender que, antes de
merecermos aquilo que desejamos, precisamos aprender
algo de importante, precisamos estar
prontos e maduros para viver determinadas situações.
Se isso está acontecendo na sua vida, pare e reflita sobre
a seguinte frase:
"Não corra atrás das borboletas.
Cuide do seu jardim que elas virão até você!"
Devemos compreender que a vida segue o seu fluxo e que
esse fluxo é perfeito.
Tudo acontece no seu devido tempo.
Nós seres humanos, é que nos tornamos ansiosos
e estamos constantemente querendo "empurrar o rio". O rio
vai sozinho, obedecendo o ritmo da natureza.
Se passamos todo o tempo desejando as borboletas e
reclamando porque elas não se aproximam da gente, mas
vivem no jardim do nosso vizinho, elas realmente não virão.
Mas se nos dedicarmos a cuidar de nosso jardim, a
transformar o nosso espaço (a nossa vida) num ambiente
agradável, perfumado e bonito, será inevitável:
As borboletas virão até nós!


(Texto tirado da net).
http://anamgs.blogspot.com/

UMA FLOR PARA TI



Há muito tempo que te procuro,
Quero-te ver para te dar esta flôr…
Desejo oferecê-la a alguém como tu,
Que caminhe nas areias finas da Leirosa
Alguém que ame o mar da praia como eu.

Linda de encanto como os teus olhos,
Tenho esta flôr para te dar,
Com cheiro de maresia da minha pele,
Nos passos que dou a sonhar contigo,
De cor amarela para te amar.

Possui esta flôr um brilho de sol,
Natural e lindo como o teu sorriso,
Que rasga a brisa calma da manhã,
Eleva os teus cabelos macios ao vento
Para tocar no teu rosto mágico e desconhecido.


osaldanossapele

DIZER- TE AMOR



Poderia dizer-te tanta coisa neste instante
em que a poesia cala a minha boca
como se houvesse beijo oculto na letra!

Poderia dizer-te tanta coisa neste momento...
a emoção quebra ausência no tempo
e o amor se cobre de saudade no poema...

Poderia dizer tantos silêncios!
Poderia dizer, por exemplo,
que te quero pássaro...
que te quero água...
que te quero gozo e sonhos.

Poderia reflectir tantos prazeres no espelho,
beber o vinho sagrado no calor do teu corpo,
embriagar-me com o teu amor ...te amando!

Poderia dizer tanto de nós esta noite...
Mas a solidão morde as palavras!

(Autora: Graça Ribeiro)

segunda-feira, 24 de novembro de 2008



Eu queria te falar do meu amor,
mas o amor foi feito,
muito mais para ser sentido,
do que pra ser falado...
Eu queria te falar do meu amor,
mas o amor existe pra ser escutado,
muito mais pelo som dos nossos beijos,
do que pelas juras e palavras
que saem de nossas bocas...
Eu queria te falar do meu amor,
mas o amor floresce,
muito mais para ser colhido
com a arte de um jardineiro,
do que para ser arrancado
fora de hora do seu pé...
Eu queria te falar que o meu amor,
embora queira liberdade,
também adora ser atado
por abraços apertados,
enrolados em echarpes de seda...
Eu queria te falar do meu amor,
mas só sei ouvir a música do nosso desejo
quando se materializa, repetidamente,
entre as notas que ecoam dos violinos e flautas...
Eu queria te dizer muitas coisas,
mas só sei da certeza de te amar
muito mais do eu pensei
que ia amar um dia!

(Maria Eugênia)

Hoje a noite vou te visitar em teus sonhos



Hoje a noite vou te visitar em teus sonhos,
para te dizer que a lua está com saudades nossas,
que mesmo sobre as nuvens ela viu a beleza do nosso amor.

Vou estar em teus sonhos,
para juntos vermos as estrelas e lhe mostrar
que encontrei o sorriso mais lindo nos teus lábios.

Hoje a noite vou te visitar em teus sonhos,
para lembrar como é bom te ver dormir,
e te passar segurança e tranqüilidade para um bom sono.

Hoje a noite vou te visitar em teus sonhos,
para ganhar teus carinhos e beijos

e te mostrar que os mais lindos sonhos,
são aqueles que sonhamos juntos...



http://yohanandreams.blogs.sapo.pt/arquivo/1067335.html

domingo, 23 de novembro de 2008

ENCONTRO



Ah... já me aflige nessa hora, a espera
por esse encontro, tantas vezes adiado...
E o corpo inquieto no reverso do que era
precisa e pede sem delonga o ser amado!

Que doce é a hora do encontro esperado!
Dão-se os olhos num mergulho de prazer...
As bocas se calam no beijo demorado
e os corpos se agitam, na ânsia de se ter!

Já não somos mais nós, dois corpos separados,
mas, apenas um pelo amor abençoado...
Em fundo êxtase, brindamos sem temor...

E saciados dos prazeres mais profundos,
enfim dormimos nosso sono vagabundo...
embriagados na volúpia do amor!


http://emmimumsonhoazul.blogspot.com/

De amor, não sabia...



E eu que imaginei saber do amor, o aroma, nada sabia de comunhão e profanos desejos.
Apenas, de longe, sentia esse arder que agora envolve meus sentidos
e a garganta que se tranca quando quer cantar.
O que sabia eu da ternura quente que faz dançar meus braços,
adiantando-se à tua chegada?
Nada, meu amor, nada.
Desconhecia esse desespero de saudade que adormece os relógios
e me submerge em agonias de espera.
Os sabores que guardo na boca, todos novos, mal os seguro,
nesta nova ânsia
de que venhas prová-los.
Meu canto, amor, só tem uma palavra:
o teu nome, em chamado de urgências.
Procuro teu cheiro nas flores que amo, nos livros, nas pedras.
Procuro-te nas noites e só em sonhos, encontro o beijo
que me desfaz em rosa cálida para sua boca
e deixa minha alma amarfanhada de noturnos e doces enleios.
E eu, que imaginei ter conhecido o amor!

Saramar Abrindo Janelas

"Ah! Se tu estivesses aqui



A chuva soltou sua melodia suavizando o dia.
Só minha saudade não encontra
onde pousar os olhos
senão em sua ausência que me ofusca,
sol amarelo sob a chuva.

E me consumo em angústias vertiginosas,
enquanto a chuva se desata lá fora em tumulto.
Um violão aqui dentro canta abismos,
os elementos e os sons em sonora trama
de aprofundar a tristeza de não tê-lo.

As nuvens levam meus olhos, como em aquarela.
As folhas se soltam e levam meus olhos
a se perder lá longe, acumulando esperanças.
Mais que um tempo, há uma eternidade na espera
Mais que uma ausência, há você, presente em tudo.


Silvio Spersivo

sábado, 22 de novembro de 2008

O BRILHO DO OLHAR



Fortaleza?
Todos pensam que sou
que passo pelos problemas
com uma energia nata
com um sorriso nos lábios
com a alma intacta
mantendo o brilho no olhar

Nem pensam
imaginam sequer
que no escondido do lar
na intimidade do quarto
ou na direção isolada do carro
a dor se transforma em lágrimas
vigorosas
pujantes
tão grandes
que parece que vão me afogar

São breves
não duram muito
fica apenas um gosto amargo
meu ser interno aliviado
os olhos lubrificados
e preparados para
em outra ocasião
mais lágrimas brotar
e justificar

aquele brilho no olhar!

Nida Chalegre

É na solidão da noite


É na solidão da noite
Quando o olhar vaga incerto
Que me descubro em teu destino
É no silêncio da madrugada insone
Quando nada mais me chama
Que meu corpo te pronuncia
E meu coração confidencia a tua falta
É no deambular do pensamento
Que a minha saudade regressa a ti
E despido de todos os segredos
Meu corpo abraça a tua ausência
É no suspiro do amor que fulge
No meneio do desejo, sem qualquer receio
Na nudez do confessar-te tua
Que meu olhar te oferece ao meu sonho.

Pablo Neruda

Mar azul de brilho cristalino


Mar azul de brilho cristalino,
Fresco nas ondas que chegam na areia
Água de sal que me faz sonhar contigo,
Canoa de marinheiro que amor semeia,
Num cântico de palavras surdas que não digo.
Ondas do mar que te molha a pele.
Contando o tempo para falar de nós
Outrora cantava bela gaivota os meus poemas,
Em dueto com o mar te fazia linda,
Numa canção de maresia com salpicos.
Adorava agradar-te em notas nos teus ouvidos,
No que digo ao mar teu companheiro
Coloca as mãos na água que é minha,
No som desta música de amor por ti…
Na espera de voltar a ver o teu sorriso.

http://osaldanossapele.blog.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Necessário olhar



De mim, já sabe as dores,
conhece as lágrimas e lamentos.
De mim, já conhece os vãos e os desvios,
já entende os receios.
Precisa agora, olhar dentro dos meus espelhos,
E neles ver os lampiões e acordes de amor
escondidos dos outros olhos aos quais não se destinavam.
À espera da sua luz, guardei-os cuidadosamente.
Guardei-os dos ventos violentos que agitaram
as cortinas e fizeram tremer as portas trancadas.
À sua espera, escolhi um ventinho calmo e leve para
que continuassem limpos e claros, meus cantos e luzes.
Longa, longa espera.

Saramar Abrindo Janelas

CANÇÃO DO MAR



Fui bailar no meu batel
Além do mar cruel
E o mar bramindo
Diz que eu fui roubar
A luz sem par
Do teu olhar tão lindo

Vem saber se o mar terá razão
Vem cá ver bailar meu coração

Se eu bailar no meu batel
Não vou ao mar cruel
E nem lhe digo aonde eu fui cantar
Sorrir, bailar, viver, sonhar contigo

Frederico de Brito / Ferrer Trindade.

NÃO QUERO ACORDAR-TE


Deslizo pelo teu corpo, em silêncio…
Não quero acordar-te
Observo-te no teu sono
Suave…e tranquilo
Os teus cabelos, longos…
Cobrem teus ombros frágeis
De pele macia
Teu rosto…
Escultura do artista
Belo...e encantador
Teus olhos
Agora fechados
Duas pérolas cintilantes...
Quando olham nos meus
Teus lábios…veludo
Pedindo que os beije
Longamente…
Apaixonadamente
Teu pescoço, teus seios…
…Teu ventre…
Gruta do amor, onde me perco…
Tuas coxas…
Esbeltas, de pele macia
Me devoram o olhar
Devagarinho…deito-me a teu lado
Não quero acordar-te
Quero ficar a olhar-te
A contemplar-te
E adormecer juntinho a ti.

Mário Margaride

Posso esperar


Posso esperar
que seus lábios sintam
a falta dos meus
na embriaguez da alma
que chora
a presença de um querer
nos dias longos
e noites sem fim
Posso esperar
que seus olhos inquietos
me busquem
na imensidão dos céus
num sonho de amor
num desejo insano de querer
Posso esperar
que seu corpo busque o meu
nos mais loucos delírios
que sufocam gemidos
no desvario que revela frenesi
Posso esperar aflorar
o sorriso pacificado de quem
nos resíduos do tempo
já sem beira
busca implicitamente
um porto para ancorar
Posso esperar
que desperte da lassidão
que lhe devorou os melhores anos
percebendo assim, que
perdeu o controle da vida
na insensatez do repente e,
com o intento excêntrico
de se encontrar...
venha me procurar.
Posso esperar
Exauriu-se a pressa...
Posso esperar.

Elizabeth Misciasci

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Amo-te ainda



Se dos meus olhos desaba a luz
de perenes manhãs de sol
abrindo minhas cortinas,
é por saber de ti,
voz distante e rara.

Amo-te ainda hoje
e me visto de vermelho em manhãs assim
em que tua voz me desperta
(um fado em sonhos)
como se fora te encontrar.

Amo-te ainda e mais
de um amor sem asas, tecido de ausência
(e ânsia)
e me queria dentro dos teus sonhos
como te percebo nestas madrugadas.

Se desperto contigo,
canto o meu amor desvalido
e vou pelo dia, colorindo calçadas
com lembranças da noite e suas horas infindas
como se, enfim, tivesses vindo.

(Amo-te ainda e tanto)

Saramar
http://abrindojanelas.blogspot.com/

domingo, 16 de novembro de 2008

HOJE ESTOU TRISTE



Amor... Hoje estou triste... Nesses dias
a vida de repente se reduz
a um punhado de inúteis fantasias...
... Sou uma procissão só de homens nus...

Olho as mãos, minhas pobres mãos vazias
sem esperas, sem dádivas, sem luz,
que hão semear vagas melancolias
que ninguém vai colher, mas que compus...

Amor, estou cansado, e amargo, e só...
Estou triste mais triste e pobre do que Jó,
- por que tentar um gesto? E para quê?

Dê-me, por Deus, um trago de esperança...
Fale-me, como se fala a uma criança
do amor, do mar, das aves... de você!


( Poema de JG de Araujo Jorge
" O Poder da Flor " - 1969 )

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Eu e você


Era uma chuva fora da hora
eu e você sob aquele frio,
descobrindo um jeito de desfazer os nós
de toda primeira vez.
de repente,
uma flor caiu do meu vestido.
tímidos por algum átimo,
mal percebemos o feitiço,
até que, menino, em extrema delicadeza,
você descobriu meu corpo.
era uma primavera
eu e você,
eu e você...
e a flor que caiu do meu vestido.


Saramar
http://abrindojanelas.blogspot.com/

Coragem



Esqueci as farpas em torno do meu coração e
as paredes marcadas de vermelho do meu esmalte.
Esqueci as frágeis ilusões, suas festas e as luzes
cúmplices dos meus cantos escuros.

Esqueci a cena, a melodia de tanta voz a me ensurdecer
e depois da cortina, a voraz boca, de veneno e dor.

, do tempo e do frio,
do gelo e da flor cansados de esperar, sobre a mesa.
Esqueci a ilusória redenção de não mais querer
e a solidão e o vazio.

Esqueci as lágrimas, último traço de antigo pintor.
Tudo esqueci,
outra de minhas várias coragens,
diante deste dourado ouro, o seu amor.


Saramar
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quinta-feira, 13 de novembro de 2008

A PONTE



Meu amor disse-te um dia
que a ponte é uma passagem,
era tudo o que sentia
do que hoje é uma miragem.
*
Passavas a ponte de sorriso
lindo era o teu olhar,
sentia-me no paraíso
sem ter que te amar.
*
Este é um segredo guardado
a morte leve quem o conte,
já não estarei do outro lado
quando voltares a passar a ponte.

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ABRO O MEU CORAÇÃO

PARA VOCÊ SÔNIA COM TODO MEU AMOR


Sei que gostas de ler o que escrevo,
Hoje vou abrir o meu coração para ti,
Com a ajuda do mar que tanto amas,
Quero falar do meu amor abertamente.
A noite cai suave na Praia da Leirosa,
Aqui na praia as coisas acontecem assim,
Sabes, dou por mim a falar ao vento que passa,
A ele digo as mensagens que tu recebes,
Descobri que a distancia só aumentou a vontade de te ver,
Preciso estar contigo apenas e só para te amar,
Preciso respirar as tuas palavras de amor.
Tu ancora que me segura neste porto de abrigo,
Na esperança de te vislumbrar no horizonte,
Espero na areia sentado protegido pelo quente do mar,
Vem, quero dizer o quanto te amo,
Quero dançar este bolero contigo.

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Proposta


Pelo meu amor que me desnorteia, eu te proponho me amar também.
Proponho o amor sem consagração dos sábios, sem incensos.
Proponho o amor profano dos amantes sem perdão,
que não nem se entregam ao medo, mas apenas a si mesmos.
Proponho a entrega dos beijos, o abandono de membros e de todo pudor.
Proponho a queimadura na pele marcada de dentes, ardente,
ardente que sendo fogo, furacão, seja ainda vento perfumado.
Proponho que me ames como criança e como sábio.
Que saiba ler em meus lábios todas as palavras de amor que murmuro nas horas em que me entrego a ti, deusa em que me transformas, das mais ternas loucuras.
Que me recolha em ti, no morno cansaço de depois e cante em mim,
a canção dos beijos de amor.
Proponho que me ames como eu te amo e que te entregues a mim,
como o rochedo ao mar, sabedor das lutas cotidianas e violentas em que te envolverei, cúmplice, vassalo, semeador, rei em seu reino.

Saramar
http://abrindojanelas.blogspot.com/

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Sem sentidos


Eu, que tanto me sufoco em silêncios,
quisera ser dona de todas as palavras e,
num arranjo imprevisto e belo, dizer do meu amor.
Rosa ainda sem vento, quisera mover-me em você,
bailarina no seu compasso, em coleios, enlaces.
Minhas mãos tão quietas, depois de tantos gestos malogrados,
quedaram-se mudas.
Hoje, só possuo os sentidos toscos de quem sem nada viveu,
senão algumas lágrimas menos suaves
e ecos meio mortos em cômodos limpos,
onde cortinas tentam espiar pela janela se lá fora ainda há vida.
Por isso, não estranhe se por acaso, morrendo de amor em seus braços,
eu apenas consiga dizer: amo você.

Saramar
http://abrindojanelas.blogspot.com/

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

QUE BOM SERIA...


Bom seria se tu aqui estivesses,
Sentada ao meu lado contemplando o mar,
Olhava eu os teus olhos,
Beijava o teu sorriso,
E acariciava o teu cabelo.

Bom seria se tu aqui estivesses,
Para ouvir o bater do teu coração,
O som suave da tua voz,
Sentir o toque das tuas mãos,
E cheirar a tua pele.

Bom seria se tu aqui estivesses,
Para adormecer no teu peito,
Sonhar entre os teus braços,
Com o ondular do mar na areia,
Aquecidos pelo sol da primavera.

Bom seria se tu aqui estivesses,
Abraçados veríamos o voar das gaivotas,
Dizia-te do meu amor por ti…
Tocava de levezinho os teus lábios,
Murmurando a tua importância na minha vida.

Bom seria se tu aqui estivesses,
Comigo, Na Praia.

osaldanossapele.blogs.sapo.pt/

Carícias nocturnas



Mãos que te percorrem
Mãos que me percorrem
Desejos que despertam
Lábios que se unem
Em beijos molhados
Corpos transpirados
Carícias nocturnas
Dia de sol
Mesmo que com chuva

Orvalhado por Perla
http://www.perlustrar.blogspot.com/

Meu eterno amor...



Os deuses marcaram
nosso destino...
quando nascemos
escreveram no céu
que nossas almas
se completariam...
e entre milhares
de pessoas, nossos
olhos se encontrariam...

E você surgiu...
surgiu como uma estrela
a me conduzir na constelação,
surgiu como o vento
que espalha o cheiro da manhã,
como o sol
que acarícia a rosa após a chuva

e o nosso amor se fez
como estava escrito...
e nossas almas sorriem
um sorriso bendito,
ligadas pelo que há
de mais bonito...
O Amor...


cantinhodaizis.blogspot.com/

domingo, 9 de novembro de 2008

São um sonho


Existem pessoas que são um sonho.
Um sonho pelo qual a gente dormiria a vida inteira.
Mas o destino vem e nos acorda violentamente...
E nos leva aquele sonho tão bom.

Existem pessoas que são estrelas.
Doces, luzes que enfeitam e iluminam
as noites escuras de nossas vidas.
Mas vem o amanhecer e nos rouba
com toda a sua claridade aquela estrela tão linda.

Existem pessoas que são flores.
Belezas discretas que alegram o nosso caminho.
Mas com o tempo, as flores murcham,
e nos enchem de saudade de sua cor e de seu perfume.

Existem, finalmente, as pessoas que são simplesmente amor.
Um amor doce como o mel de uma flor...
que desabrochou numa estrela
e que veio até nós num lindo sonho!
E ainda bem que são amor,
porque flores, estrelas ou sonhos,
mais cedo ou mais tarde, terminam...
mas o amor... O Amor não termina nunca

http://sonhos-de-vida.blogspot.com/

Escurece lá


Olho pela janela cerrada,
Nuvens negras se aproximam.
Escurece lá fora,
Escurecem olhares e sorrisos.
Dias de chuva a fio surgem galopantes.
Lágrimas que as nuvens soltam,
Tempestades que se instalam.
Escurece o dia lá fora,
Apenas raios de luz rasgam os céus,
Revelando a fúria dos deuses.
Trovões fortes abalam a terra,
Como tiros de canhões ferozes.
A noite toma conta do tempo
E o dia escurece lá fora...

http://aspalavrasemmim.blogspot.com/

sábado, 8 de novembro de 2008

Suavium


Flores chegam agora,
em silente alarido de cores.
Trêfegas aladas,
igualmente coloridas,
buscam olores em louca festa.
Desvario....
Quem sabe também nascerias
dentro de mim,
tu que fazes florescer do negrume,
a vida das sementes,
por gladíolos e orquídeas
por gloxíneas
desvairadamente pintadas,
o cravo do amor
profundamente plantado?

Do casulo, arriscaria asas,
buscando de ti,
o perfume vermelho dos beijos
pois que, trânsfuga,
preciso florescer em tua boca.

abrindojanelas.blogspot.com/

BOCA


E essa sua boca
De mel
Que me beija
Cruel
E vai embora
Boca que encontra
Os meus lábios
E me leva ao céu
Boca que deixa
Na minha boca
Marcas profundas
De sabor
De amor
Boca que me morde
Entorpece-me
Invade-me com gosto
E me transfere
Segredos
Sua boca... Minha boca
Seus beijos... Que são
Meus beijos agora
Mas que beijam
E vão embora
Escorrendo
Pelos meus lábios
Como um mel...

Renato Baptista

AMOR


Lindo é saber...
Que estrelas estão sempre lá
quando nuvens escorrem nas retinas
Dividir o pão,
quando é só pedaço
Tirar suco da fruta,
já bagaço
Dormir com a barriga roncando
a fome de amor
sabendo que a cura está no beijo
Ouvir a melodia
e a letra florecer na garganta
Amar descaradamente
esperando de janela aberta
que o céu devolva
o que já foi santo!
Saber que o tempo passa
mas sempre fotografa e guarda
a doce alegria de ficar pra sempre!

Socorro Moreira

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Sem a Poesia que é Você - 2.ª versão


Eu sei que você sabe… quando eu toco bandolim
Eu choro a saudade por não estar no teu jardim.
Eu sei e você sabe que o Amor, Maior, consiste
No brilho duma alma que a tudo o mais resiste.
Por isso, meu Amor, junto de cada amanhecer
Veja, em cada flor, o meu Amor a florescer.

Assim como uma ave só é livre se voar,
Assim como meu sonho sem você não é sonhar,
Assim como um Pássaro vivendo sem querer,
Assim como as estrelas que cintilam sem saber,
Assim como escrever sem ver você não é escrever
Não há poema em mim sem a poesia que é você.

http://seteoficios.festim.net/archives/2004_07.html

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Para Sempre


Amor de minhas entranhas,
morte viva,
em vão espero tua palavra escrita
e penso, com a flor que se murcha,
que se vivo sem mim quero perder-te.
O ar é imortal.
A pedra inerte
nem conhece a sombra
nem a evita.
Coração interior não necessita
o mel gelado que a lua verte.
Porém eu te sofri.
Rasguei-me as veias,
tigre e pomba, sobre tua cintura
em duelo de mordiscos e açucenas.
Enche, pois, de palavras minha loucura
ou deixa-me viver em minha serena
noite da alma para sempre escura.

(García Lorca)