
Serena-me sempre o mar, incansavelmente único,
mas nunca igual,
excepto na beleza ímpar que o reveste em tons de azul,
verde e cinza.
Beija-lhe o sol, de nascente a poente.
E a lua cai-lhe rendida, em brilho de amante,
sempre que a noite, mágica,
os envolve em manto de poesia e sedução.
Estou-lhe rendida, fascinada e cada vez mais sou sua amada...
Sei que me lê nas entrelinhas do ser,
que da lágrima brota o sorriso e do
mistério o desafio aceite de existir,
neste intenso sentir.
Sou fragmento de (a)mar,
e pelas ondas vagueiam pensamentos, sentimentos,
pedaços de desejo e emoção, liberdade em expansão.
Mergulho. Ancoro. Naufrago. Deambulo.
Recolho. E contemplo-te em infinitude de mim.
Sei-me pó de estrela, grão de areia de praia, e deserto.
Sou tão pequena, tão ínfima,
nada sou, nada tenho...
Apenas um detalhe da existência,
quiçá, um acidente da Criação...
Não, vou acreditar,
hoje, e sempre, que sou reflexo de Amor!
E que a tua essência divina se entrecruza na minha,
tal como gotas que se tocam,
em harmonia, translucidez e encanto aquoso.
Sentiste?
Fui eu, lágrima e beijo.
Fragmentus
http://fragmentusguvidu.blogspot.com/
Foto. Eduardo Poisl